Benny Gantz procura unir a direita para compor o novo governo de Israel.

Os bastidores da política israelense está efervescente. Benny Gantz, líder do partido Kahol Lavan, e provável novo primeiro-ministro israelense, ligou para os líderes dos partidos de direita convidando-os para conversações. Segundo o Arutz Sheva, uma agência informativa conservadora, a resposta de todos foi a mesma: Nossos interlocutores estão no bloco de direita.
A primeira ligação de Gantz foi para Yaakov Litzman, presidente do Partido Judaísmo da Torá Unida, que respondeu sem hesitar que não estava interessado em se encontrar, porque o Likud, partido de Benjamin Netanyahu, já responde por eles dentro do bloco de direita.
Minutos depois, a ligação de Benny Gantz foi para Moshe Gafni, presidente do Partido Degel Hatorah, e a resposta foi a mesma: O bloco de direita é o nosso representante.
Rafi Peretz, Ministro da Educação do Governo Netanyahu e presidente da União Nacional Judaica, também deixou claro que só se senta à mesa com Gantz na condição de representante do bloco de direita.
Das ligações que fez para Aryeh Deri e Ayelet Shaked, presidentes do Shas e da Nova Direita, respectivamente, Benny Gantz ouviu as mesmas respostas: Só estarão prontos para conversar depois de tomarem conhecimento do resultado da reunião do Kahol Lavan, partido de Gantz, com o Likud, de Netanyahu. A reunião está marcada para o próximo domingo, dia 27.
O líder do bloco de direita, Naftali Bennett, deixou claro a Benny Gantz que é essencial que ele se encontre com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e promova o estabelecimento de um amplo governo de unidade nacional, com base nas propostas apresentadas pelo presidente Reuven Rivlin. Para Bennet, esta é a única opção para formar um governo.
Segundo a Arutz Sheva, Naftali Bennet ressaltou ainda que é importante que Benny Gantz se sente para negociar sabendo que deve concordar com as propostas de Binyamin Netanyahu, com os interesses dos religiosos haredim e dos moradores da Judéia e Samaria.
Na ligação, Naftali Bennett, enfatizou que ele faz parte do bloco de direita e que ele está comprometido com as postulações do bloco de direita.
No final da ligação, acordaram que voltarão a conversar no domingo, após a reunião Gantz-Netanyahu.
Depois de falar com Bennet, Benny Gantz ligou para Bezalel Smotrich, presidente do Partido União Nacional, que não descartou a possibilidade de encontrar-se com o potencial novo primeiro-ministro. Bezalel Smotrich felicitou Benny Gantz por aceitar co convite de Reuven Rivlin para formar governo.
O presidente do União Nacional expressou ainda sua esperança de que Gantz consiga constituir um governo de ampla unidade, um governo que não entre em questões controversas, concentrando-se nos muitos desafios que o Estado de Israel enfrenta, buscando uma forma consensual de resolvê-los.
No final da ligação, Gantz ouviu de Smotrich o mesmo que já ouvira dos demais interlocutores. Smotrich agradeceu a ligação, mas disse que estava comprometido com o que decidisse o bloco de direita. Depois, pediu que as negociações fossem conduzidas em conjunto com todos os partidos de direita, por meio de seus representantes, os ministros Yariv Levin e Ze’ev Elkin.
Smotrich enfatizou que os partidos de direita estão dispostos a se sentar com Gantz sem fazer das negociações uma troca de favores, mas sim com a intenção única de construírem um amplo governo de unidade nacional, um governo sionista, com foco em Israel e nos seus interesses e não nos interesses de pessoas, setores ou partidos.
Por fim, para fechar o ciclo de negociações, a última ligação de Benny Gantz foi para o seu adversário na campanha eleitoral, o primeiro-ministro e presidente do Likud, Binyamin Netanyahu.
Durante a conversa, Gantz enfatizou seu desejo de formar um amplo governo de unidade nacional e convidou Netanyahu para um encontro. Netanyahu respondeu que “voltaria a falar” com Gantz sobre o assunto.
Enquanto Benny Gantz fazia as ligações, a equipe de negociação do seu partido, o Kahol Lavan, ultimava detalhes para a reunião que fará com representantes do Likud na tarde de domingo.
Nesse mesmo dia, os também negociadores pretendem se reunir com representantes do partido Yisrael Beytenu, num encontro que não promete ser fácil.
Na terça-feira, 29, será a vez dos negociadores do Kahol Lavan se sentarem com representantes da Esquerda. E aí, a incógnita é total.
(Com informações do Arutz Sheva)