A HISTÓRIA DE ANTOINE, HÉLÈNE E MELVIL.
Antoine Leiris sendo maquiado pela esposa Hélène-Muyal Leiris
Hélène-Muyal Leiris era cabeleireira e maquiadora de artistas, tinha 35 anos, um esposo e um filho com apenas 17 meses. Hélène-Muyal Leiris estava na casa de espetáculos Bataclan na noite da última sexta-feira, 13, e acabou assassinada pelos terroristas islâmicos que invadiram o local.
Na segunda-feira, 16, seu esposo, Antoine Leiris, publicou um tocante desabafo na sua página do Facebook sob o título “Você não terá o meu ódio”.
Não sei qual a origem étnica de Leiris, nem tampouco sua religião, mas seu texto levou-me imediatamente a pensar em um judeu, o sábio rei Salomão, que há 2.800 anos ensinou-nos a melhor forma de responder aos nossos adversários: “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer; e se tiver sede, dá-lhe água para beber; porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça; e ADONAI to retribuirá” (Provérbios 25.21,22).
O texto de Antoine Leiris é uma prova cabal de que os valores de ADONAI são infinitamente superiores aos de Allah. Por isso, nunca, mas nunca mesmo, digam que ADONAI e Allah são um só Deus, pois não são.
Antoine com o filho Melvil. Quanto à Hélène, apenas as lembranças.
VOCÊS NÃO TERÃO O MEU ÓDIO
Na noite de sexta-feira vocês acabaram com a vida de um ser excepcional, o amor da minha vida, a mãe do meu filho, mas vocês não terão o meu ódio.
Eu não sei quem são e não quero sabê-lo, são almas mortas. Se esse deus pelo qual vocês matam cegamente nos fez à sua imagem, cada bala no corpo da minha mulher terá sido uma ferida no seu coração.
Por isso eu não vos darei o prazer de vos odiar. É o que vocês esperam, mas responder ao ódio com cólera seria ceder à mesma ignorância que vos fez ser quem são.
Querem que eu tenha medo, que olhe para os meus concidadãos com um olhar desconfiado, que eu sacrifique a minha liberdade pela segurança. Perderam. Continuaremos a tocar nossas vidas da mesma maneira.
Eu a vi esta manhã. Finalmente, depois de noites e dias de espera. Ela ainda estava tão bela como quando partiu na noite de sexta-feira, tão bela como quando me apaixonei perdidamente por ela há mais de doze anos.
Claro que estou devastado pela dor, concedo-vos esta pequena vitória, mas será de curta duração. Eu sei que ela nos vai acompanhar a cada dia e que nos vamos reencontrar no países das almas livres a que vocês nunca terão acesso.
Nós somos dois, eu e o meu filho, mas somos mais fortes do que todos os exércitos do mundo. Eu não tenho mais tempo a dar-vos, eu quero juntar-me a Melvil que acorda da sua sesta. Ele só tem 17 meses, vai comer como todos os dias, depois vamos brincar como fazemos todos os dias e durante toda a sua vida este rapaz vai fazer-vos a afronta de ser feliz e livre. Porque não, vocês nunca terão o seu ódio.”
comovente
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