INGENUIDADE, MÁ INTENÇÃO OU MERA ESTUPIDEZ?
Vejam esta frase do Presidente Lula, dita nesta sexta-feira, no Recife:
“Se você conversar com o presidente Barack Obama, com o Sarkozy, com a chanceler Angela Merkel, com o Berlusconi, com o Gordon Brown, com quem quer que seja, nenhum deles chamou o Ahmadinejad para conversar. Eu que sou político e vou lá pessoalmente dizer ao presidente do Irã o que eu penso, o que eu acho que ele deveria fazer. O Brasil tem na sua Constituição a proibição de não utilização de armas nucleares. Eu quero que o Irã não tenha o direito de usar armas nucleares. O Brasil tem o direito de utilizar energia nuclear. Eu quero que o Irã utilize uma energia nuclear. É isso.”
Quando leio, ouço ou assisto algumas declarações do nosso presidente eu me pergunto: Ele é ingênuo, mal intencionado ou simplesmente estúpido? Não me tomem como “desrespeitador” de autoridades. Não o sou. No dia que o Sr. Luis Inácio ganhou as eleições, diante da frustração da minha filha que havia acompanhado a campanha e “torcido” por outro candidato, expliquei-lhe que ele era agora o nosso presidente, que merecia nosso respeito e, então, oramos por ele.
O fato de orar e ter respeito pelo cargo que ele ocupa não tira minha liberdade de me surpreender e até mesmo de me indignar. Como indignado fiquei por ocasião da sua recente visita a Israel, quando se recusou a visitar a túmulo de Theodor Herzl, justamente no período de comemoração dos 150 anos de nascimento do grande líder sionista. Mais do que uma mera visita protocolar (todos os Chefes de Estado o fazem quando vem a Israel), depositar flores no túmulo do mentor da moderna nação israelense tem o caráter de reafirmar a postura internacional tomada pela ONU em 1947 numa sessão especial da Assembléia Geral presidida exatamente por um brasileiro. Muito bem, Lula não foi. Fiquei indignado, mas não deixei de orar por ele.
Agora, a frase dita pelo nosso Presidente nesta sexta-feira é de uma ingenuidade que beira a estupidez!
Todas as vezes que vejo pessoas tratando Mahmoud Ahmadinejad com “boas intenções” eu me recordo de um filme dirigido pelo cinesta James Ivory. O filme chama-se “Vestígios do Dia” e tem como pano de fundo os acontecimentos que antecederam (e precipitaram) a Segunda Guerra Mundial. Embora fictícia, a trama se baseia em fatos reais: a forma como a Europa se enganou com as propostas de paz da Alemanha nazista.
No ponto mais forte da película, um embaixador norte-americano, convidado para uma Conferência de Lordes na Inglaterra, se levanta, faz um brinde ao dono da casa e diz:
“O Lorde Darlington é um cavalheiro inglês tradicional, da escola clássica. Decente, honrado e de boas intenções. Assim como todos aqui. Decentes, honrados e com boas intenções. Foi um prazer e um privilégio para mim ter convivido com vocês mas, infelizmente, tenho que dizer isto: todos vocês são amadores. E assuntos internacionais não devem ser tratados por amadores. [Vocês] têm idéia de que tipo de lugar o mundo à sua volta se tornou? A época em que se decidia por nobres instintos se foi. A Europa se tornou a arena da política da realidade. Se preferirem, da política verdadeira. Vocês não precisam de políticos gentis, mas sim dos verdadeiros. De profissionais para tratarem de seus assuntos. Ou perecerão. Portanto, proponho um brinde, senhores, aos profissionais.”
Os desdobramentos da não ação inglesa no pré-guerra já fazem parte da História. Os ingleses não deram a devida importância às ameaças nazistas e acabaram bombardeados. A ingenuidade/estupidez do nosso presidente relembra a atitude inglesa. “Eu que sou político e vou lá pessoalmente dizer ao presidente do Irã o que eu penso, o que eu acho que ele deveria fazer. É isso.”
Uau! Até parece aquele slogan da Oi! “Simples Assim”. Bem, alguém tem que dizer para o nosso Presidente que as coisas não são tão “simples assim”.
Recentemente, o Ministro da Defesa israelense Ehud Barak declarou que Israel deve se retirar dos chamados territórios palestinos com um argumento tão pueril quanto o do nosso Presidente. Um jornal canadense perguntou ao seu time de articulistas o que achavam da proposta. Três perguntas foram dirigidas aos redatores do National Post numa série intitulada “Qual seu Plano de Paz?”. As perguntas eram:
“[Ehud Barak] está certo? A paz é sequer possível? E se assim for, qual deveria ser a forma de um acordo final?”.
De todas as respostas, a mais interessante na minha opinião foi a dada pelo jornalista Daniel Pipes no artigo que lhes apresento a seguir.
MEU PLANO DE PAZ É SIMPLES: ISRAEL DERROTA SEUS INIMIGOS.
Daniel Pipes para o National Post
A vitória inigualavelmente cria circunstâncias que conduzem à paz. Guerras terminam, confirmam os registros históricos, quando um lado admite a derrota e o outro vence. Faz sentido intuitivo, visto que, enquanto ambas as partes aspiram alcançar suas ambições, a luta continua ou pode potencialmente recomeçar.
A vitória como meta não é exatamente algo novo. Sun Tzu, antigo estrategista chinês, aconselhava que na guerra, “Seu grande objetivo é a vitória”. Raimondo Montecuccoli, austríaco do século XVII, dizia que “O objetivo na guerra é a vitória”. Carl von Clausewitz, prussiano do século XIX, acrescentava que “A guerra é um ato de violência para obrigar o inimigo a satisfazer a nossa vontade”. Winston Churchill disse ao povo britânico: “Vocês perguntam: qual é o nosso objetivo? Eu posso responder em uma palavra: Vitória – vitória – a qualquer custo, vitória, apesar de todo terror, vitória, não importando o quão duro e longo o caminho possa ser”. Dwight D. Eisenhower observou que “Na guerra, não há substituto para a vitória”. Essas percepções de eras anteriores ainda são válidas, posto que, por mais que as armas se modifiquem, a natureza humana permanece a mesma.
Vitória significa impor sua vontade sobre o inimigo, forçando-o a abandonar seus objetivos de guerra. Os alemães, obrigados à rendição na Primeira Guerra Mundial, preservaram o objetivo de dominar a Europa e alguns anos mais tarde esperaram que Hitler atingisse essa meta. Folhas de papéis assinadas só têm importância quando um dos lados pediu “Água”: A Guerra do Vietnã terminou de forma ostensiva através da diplomacia em 1973, porém ambos os lados continuaram a almejar seus objetivos de guerra até que o Norte obteve a derradeira vitória em 1975.
A chave está na força de vontade: derrubar aviões, destruir tanques, esvaziar munições, obrigar soldados a fugirem e conquistar terreno não são decisivos em si, mas devem vir acompanhados por um colapso psicológico. A derrota da Coréia do Norte em 1953, de Saddam Hussein em 1991 e dos sunitas iraquianos em 2003 não se converteram em desesperança. De modo oposto os franceses se deram por vencidos na Argélia em 1962, apesar de disporem de mais homens e mais armas do que seus inimigos, como ocorreu com os americanos no Vietnã em 1975 e com os soviéticos no Afeganistão em 1989. A Guerra Fria acabou sem uma fatalidade. Em todos esses casos, os perdedores ficaram com grandes arsenais, exércitos e a economia em funcionamento. Porém a disposição deles acabara.
Da mesma forma, o conflito árabe-israelense será resolvido somente quando um dos lados se der por vencido.
Até agora, rodada após rodada de guerra, ambos os lados preservaram seus objetivos. Israel luta para obter a aceitação pelos seus inimigos, ao passo que esses inimigos lutam para eliminar Israel. Esses objetivos são poderosos, imutáveis e mutuamente contraditórios. A aceitação ou a eliminação de Israel são as únicas condições para a paz. Cada observador deve optar por uma ou por outra solução. Uma pessoa civilizada irá desejar que Israel vença, porque a sua causa é defensiva, é a de proteger um país existente e próspero. A meta de destruição dos seus inimigos se resume a pura barbárie.
Por quase 60 anos, rejeicionistas árabes, agora unidos com os companheiros iranianos e esquerdistas, têm tentado eliminar Israel por meio de múltiplas estratégias: eles trabalham no sentido de minar sua legitimidade intelectualmente, subjugá-lo demograficamente, isolá-lo economicamente, restringir suas defesas através da diplomacia, combatê-lo na forma convencional, desmoralizá-lo com o terror e ameaçar destruí-lo com armas de destruição em massa. Embora os inimigos de Israel prossiguiram em busca de sua meta com energia e determinação, tiveram pouco sucesso.
Ironicamente, os israelenses, com o passar do tempo, responderam a incessante agressão ao seu país, negligenciando a necessidade de vencer. A direita desenvolveu esquemas para refinar a vitória, o centro aventurou-se com apaziguamento e unilateralismo e a esquerda chafurdou em culpa e auto recriminação. Pouquíssimos israelenses compreendem a questão pendente da vitória, de esmagar a força de vontade do inimigo e fazê-lo aceitar a permanência do estado judeu.
Felizmente para Israel, a necessidade é a de derrotar apenas os palestinos e não toda população árabe ou muçulmana, que no final das contas irá seguir a condução palestina quanto a aceitação de Israel.
Felizmente também, embora os palestinos tenham criado uma reputação impressionante de resistência, eles podem ser derrotados. Se os alemães e os japoneses puderam ser forçados à rendição 1945 e os americanos em 1975, como podem os palestinos serem dispensados da derrota?
É claro, Israel enfrenta obstáculos para alcançar a vitória. O país está cercado por expectativas internacionais (por exemplo, do Conselho de Segurança das Nações Unidas) e especialmente pela política do seu principal aliado, o governo dos Estados Unidos. Consequentemente, se é para Jerusalém vencer, o começo está em uma mudança na política dos Estados Unidos e na de outros países ocidentais. Esses governos deveriam exortar Israel a buscar a vitória, convencendo os palestinos de que eles perderam.
Isso significa desfazer as percepções da fraqueza de Israel que cresceram durante o processo de Oslo (1993-2000) e da dupla retirada do Líbano e de Gaza (2000-2005). Jerusalém parecia estar de volta aos trilhos durante os primeiros três anos de Ariel Sharon como primeiro ministro, 2001-2003 e a sua dura postura passou a marcar progresso real no empenho de guerra de Israel. Somente quando ficou claro no final de 2004 que Sharon realmente planejava se retirar unilateralmente de Gaza, o estado de ânimo dos palestinos reviveu e Israel parou de vencer. O debilitante Primeiro Ministério de Ehud Olmert foi remediado apenas parcialmente por Benjamin Natanyahu no decorrer do ano passado.
Ironicamente, uma vitória israelense traria, no entanto, benefícios maiores aos palestinos do que a Israel. Os israelenses irão se beneficiar por se livrar de uma guerra atávica, sem dúvida, mas seu país é uma sociedade moderna que funciona. Para os palestinos, em contrapartida, abandonar o fedido sonho irredentista de eliminar seu vizinho irá finalmente oferecer-lhes a oportunidade de arrumar sua própria casa, de desenvolver seu regime de governo profundamente deficiente, sua economia, sociedade e cultura.
Desse modo, meu plano de paz tanto acaba com a guerra quanto traz benefícios únicos a todos diretamente envolvidos.
(Tradução para o Português, Márcia Leal.)
Infelizmente o plano de Deus pra Israel (e pra todo homem) é tirá-los do fundo do poço, do tremedal de lama. Israel será humilhado e pisado pelas nações, isso está escrito, é imutável. A redenção virá depois da maior aflição já preparada pelo Eterno para ensinar o seu povo de uma vez por todas o quanto é importante depender unicamente do Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Por uma lado nos perguntamos se vale a pena, então, Israel lutar, e por outro lado, claramente vemos a urgência em lutar por Israel.
“Por amor dos meus irmãos e amigos, eu peço: haja paz em ti!”
Shalom, Israel!