O Presidente Donald Trump deverá anunciar no decorrer do dia de hoje a mudança da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém, reconhecendo a cidade como capital do Estado de Israel.
TRUMP ANUNCIARÁ HOJE MUDANÇA DA EMBAIXADA
Donald Trump prepara-se para reconhecer Jerusalém como capital do Estado de Israel e já comunicou sua decisão aos líderes palestino e israelense. Ao anúncio — esperado para esta quarta-feira — vai seguir-se a mudança da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém.
Esta terça-feira, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, confirmou em conferência de imprensa que o presidente dos Estados Unidos vai fazer o anúncio da decisão nesta quarta-feira, 06, embora não tenha revelado ainda qual será. “Não vou dar detalhes sobre as declarações do Presidente. Tomará a decisão que considera melhor para os Estados Unidos”, disse Sanders. A porta-voz referiu ainda que as agências governamentais passaram por “um processo de deliberação bastante amplo”, que deram a Trump uma “ideia bastante clara” da decisão que quer tomar.
A decisão de Trump era esperada, sobretudo a partir do momento em que deixou expirar o prazo para a renúncia — que os presidentes norte-americanos fazem desde 1995 — a mudar a embaixada do país em Israel para Jerusalém. A mudança passou a estar prevista na lei nesse ano, dando um prazo aos presidentes para renunciar a ela de seis em seis meses, desde que explicando o motivo. Durante 20 anos, todos os presidentes que passaram pela Casa Branca assinaram esta renúncia. Donald Trump, que chegou a renunciar à lei em junho, anunciou logo na campanha presidencial que iria retirar a embaixada de Tel Aviv.
Desta vez, já expirou o prazo e a intenção de Trump foi conhecida esta terça-feira, através dos jornais New York Times e Washington Post, tendo sido comunicada pelo próprio presidente americano, por telefone, tanto ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, como ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Além destes dois contactos, Trump telefonou ainda ao rei da Jordânia, Abdullah II. Tanto que o palácio real emitiu um comunicado com alertas.
“O rei Abdullah sublinhou que a adoção desta resolução terá sérias implicações para a segurança e estabilidade no Oriente Médio e prejudicará os esforços da administração americana para retomar o processo de paz e alimentar os sentimentos dos muçulmanos e cristãos”, de acordo com o comunicado divulgado. “Jerusalém é a chave para conseguir a paz e a estabilidade na região e no mundo”, acrescentou.
O comunicado do governo jordaniano é confuso, pois afirma que a mudança poderá “alimentar os sentimentos de muçulmanos e cristãos”. Ora, é de notório conhecimento que a maioria da comunidade cristã em todo o mundo já olha para Jerusalém como sendo a Capital Indivisível do Estado de Israel.
Claro que em relação à Autoridade Palestina (AP) a questão é diferente, sendo que o seu porta-voz, Xavier Abu Eid, já informou que para a AP a questão “é muito séria” e que “as coisas parecem muito más” nesta altura. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz de Mahamoud Abbas, classifica esta decisão como “inaceitável”.
A decisão de mudar a embaixada tem um simbolismo de peso, sendo o estatuto de Jerusalém um ponto-chave no conflito árabe-israelense: os dois lados reclamam a cidade como a sua capital. Todas as embaixadas internacionais estão localizadas em Tel Aviv e têm apenas representação consular em Jerusalém.
Nos último dias, muito se especulou sobre esta decisão e o porta-voz da Casa Branca tinha garantido sempre que o presidente “tem sido claro desde o início: não é uma questão de ‘se’, é uma questão de ‘quando’”, acrescentando depois que a mudança seria feita “nos próximos dias”.
E este dia parece que chegou. Mazal Tov, Mr. President!
ANDS | OBSERVADOR | NYT | WP
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