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Morre aos 106 anos Abraham Zarem, o Yachid b’Mino do Projeto Manhattan

Abraham Mordechai Zarem tinha 28 anos quando ingressou no Projeto Manhattan, e era um dos últimos sobreviventes do exército de cientistas, técnicos, burocratas e funcionários que ajudaram a construir a arma que forçaria a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial e inauguraria a Era Atômica.

Após a guerra, Abe Zarem, como era conhecido, juntou-se à equipe da Estação de Teste de Artilharia Naval dos Estados Unidos em Pasadena, onde, como chefe da secção elétrica da divisão de pesquisa física, desenvolveu uma câmera de alta velocidade usada para estudar fontes de luz intensa e outros fenômenos. A tradicional revista Popular Mechanics chamou a câmera Zarem, que era 25.000 vezes mais rápida do que qualquer outra câmera da época, de um verdadeiro “milagre”.

Após a guerra, tornou-se conselheiro sênior do Instituto de Pesquisa do Cérebro da Universidade da Califórnia em Los Angeles, UCLA, onde trabalhou num projeto de Transferência de Tecnologia de Neurociência e também foi membro do Conselho Consultivo de Urologia da Escola de Medicina Geffen da UCLA. Fora da UCLA, colaborou também como executivo no Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia, o famoso Caltech.

Judeu praticante, Abe Zarem era membro da Sinagoga Templo Sinai, onde, juntamente com sua esposa Esther, eram contribuintes generosos da congregação. Sua última participação num serviço público da sinagoga aconteceu no Yom Kippur de 2016, quando, ainda lúcido, foi o responsável por cantar o livro de Jonas. Tinha 99 anos.

“Abe Zarem era uma pessoa brilhante, alegre, apaixonada, piedosa e filantrópica”, afirmou David Wolpe, o Rabino Chefe da influente sinagoga. “Ele teve um papel central em alguns dos principais eventos científicos da história da humanidade – a bomba atômica, o pouso na lua – e ainda se interessou por todos que tiveram a sorte de conhecê-lo. Abe era verdadeiramente um yachid b’mino, um único em seu tempo. Ele fará muita falta”, concluiu o religioso.

Ao contrário de outros membros do Projeto Manhattan, Abe Zarem nunca se manifestou publicamente contra os resultados do projeto. Determinada vez, ele confidenciou a um colega da Caltech, que não sentia moram nenhum por ter colaborado com o desenvolvimento das bombas usadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki. “Sem elas, teríamos perdido mais de 500.000 americanos numa necessária invasão do Japão”, concluiu o cientista.

Em 1952, Abe Zarem registrou numa frase a sua filosofia administrativa: “Mantenha os pés aquecidos e a cabeça fria. E cuidado com quem tem a cabeça quente e os pés frios”.

Abraham Mordechai Zarem nasceu em Chicago, em 7 de março de 1917, e morreu em Los Angeles um dia depois de completar 106 anos. Viúvo, deixou 3 filhos órfãos, Janet, David e Mark.

Baruch Dayan HaEmet

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