MEIO AMBIENTE E TORÁ, TUDO A VER!

A maior cidade do sul de Israel é Eilat. Próximo a Eilat está o Kibbutz Eilot. Uma vez por ano, ambientalistas do mundo inteiro voltam seus olhos para este pequeno pedaço, outrora deserto, do Negev. Isso porque é ali que acontece a Conferência Mundial de Energias Renováveis.
Em termos de cuidados com o meio ambiente, Israel é um país de primeiríssimo mundo. E isso não é algo novo para os judeus, está registrado no Bereshit (No Princípio), o livro bíblico que o Ocidente conhece como Gênesis.
No versículo 15 do capítulo 2 de Gênesis, o mais antigo livro em circulação, escrito há mais de 3.400 anos, está registrado que a presença do Homem no Jardim do Éden não era apenas para que este usufruísse dos seus frutos, mas também que o guardasse. Ou seja, preocupação ambiental há quase 6.000 anos! Moisés registrou assim: “E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar”.
Em Vayikrá (Levítico) 25.2-4 encontramos outra impressionante preocupação de cuidado com a natureza. Afim de não extenuar o solo com inúmeras queimadas, plantações e segas, ao judeu é ordenado que deixe a terra descansar por um período: “Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando tiverdes entrado na terra, que eu vos dou, então a terra descansará um sábado ao Senhor. Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os seus frutos; porém ao sétimo ano haverá sábado de descanso para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo nem podarás a tua vinha.” Impressionante!
Mas, de todos os cuidados para com a terra, nada chama mais a atenção do que a ordem dada aos judeus em Devarim (Palavras), conhecido por nós como Deuteronômio: “Quando sitiares uma cidade por muitos dias, pelejando contra ela para a tomar, não destruirás o seu arvoredo, colocando nele o machado, porque dele comerás; pois que não o cortarás, pois o arvoredo do campo é mantimento para o homem, para empregar no cerco.” (Deuteronômio 20.19). Não toque na Natureza, é a ordem.
VÍDEO MOSTRA COMO A TORÁ (PENTATEUCO) DEFENDE O MEIO-AMBIENTE
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Quem caminha por Israel observa, boquiaberto, o que os judeus são capazes de fazer em uma terra com tão parcos recursos. A primeira vez que fiz o trajeto do Aeroporto Ben Gurion até Jerusalém, observei extasiado como eles conseguem fazer crescer árvores nas escarpas de morros rochosos, onde a probabilidade de ver uma árvore nascer espontaneamente é bem reduzida. Na região de Modiin, andam-se quilômetros e quilômetros observando milhares de mudas de árvores a crescer apoiadas em escoras, isso porque a cada ano, no dia da árvore, milhares de alunos vão para os campos para plantar mais árvores.

A geração de energia limpa, outra fixação dos cientistas israelenses, pode ser vista nas estradas e prédios, públicos ou particulares.
No dia 24 de junho de 2009, um grupo de 250 jornalistas reuniu-se no Kibutz Samar, no Negev, para ouvir um jovem arquiteto, ligado a uma empresa israelense chamada AORA Solar, falar no lançamento de uma gigantesca e surpreendente usina alternativa: “Na tradição judaica”, disse Haim Dotan, “se alguém tiver uma moeda, usará metade do valor desta para comprar pão e outra metade para adquirir uma flor. O gesto de dar uma flor é belo, e em breve esperamos fornecer muitas flores em uma variedade de cores “.
Haim Dotan estava se referindo ao designe da estrutura da moderna usina que acabava de inaugurar. Seu formato lembra uma enorme tulipa, cuja fonte de energia foi significativamente batizada de Flower Power. Cada nova “flor” plantada pela AORA gerará 100 kW de energia elétrica e 170 Kw de energia térmica.

Enquanto isso, um pouco mais ao norte, na região da Judéia e Samaria, o The Brothers Group, uma parceria entre judeus e palestinos, coloca para girar uma revolucionária turbina eólica que também passa a gerar energia sustentável, limpa e segura à partir do vento.
Contando com apenas seis funcionários, a Israel Wind Power, uma empresa financiada pela israelense Y. Avital apóia o trabalho do The Brothers Group oferecendo conhecimento técnico e formação profissional.

Voltando para o centro do país, às margens do Mediterrâneo, vamos ver o Governo de Tel Aviv proibindo o tráfego de caminhões na hora do rush para reduzir congestionamentos e melhorar a qualidade de vida dos moradores desta grande metrópole enquanto a prefeitura da cidade desenvolvendo um dos maiores serviços de limpeza de praias do mundo.
Este artigo se transformaria num tratado se fôssemos tecer detalhes sobre cada avanço, cada conquista do povo de Israel no tocante ao respeito pela Natureza.

Poderíamos fazer artigos exclusos sobre a Better Place, a empresa do visionário inventor israelense Shai Agassi, responsável pela construção do primeiro carro elétrico, comercialmente viável, do mundo. Poderíamos falar da gigantesca indústria de aquecedores e painéis solares que estão visíveis por todos os lados em Israel. Ou da Koala Recycling Solutions, movimento israelense de estímulo à reciclagem dos mais diversos materiais ou ainda da transferência de tecnologia e conhecimentos que o Governo de Israel estimula entre as empresas israelenses e outras empresas de países de diversas partes do mundo. Inclusive o Brasil.

Ou seja, se fôssemos abordar aqui toda a tecnologia criada por Israel visando transformar o mundo em um lugar mais limpo e sustentável, você levaria horas para ler os resultados. Limitamo-nos a dar alguns exemplos. Exemplos que fazem de Israel um celeiro de criatividade pró-planeta.
E para terminar, gostaria de compartilhar com nossos leitores, a relação das oito empresas israelenses que aparecem na lista das empresas que mais contribuem com o desenvolvimento de Tecnologias Limpas. O Global Cleantech 100 elege todos os anos as 100 empresas que mais contribuem para a melhoria do meio ambiente no mundo todo.
Apesar das críticas que recebem de anticapitalistas do mundo todo, os Estados Unidos lideram com folga o ranking, com mais de 50% das empresas premiadas. A Grã Bretanha vem em segundo lugar, a Alemanha em terceiro e o minúsculo Estado de Israel em quarto! Na frente de países com muito mais empresas como a Suécia, a França, a Índia, a Dinamarca, a Noruega e o Canadá, que é o décimo colocado.
Se compararmos o tamanho dos demais países e o número de empresas que estes possuem, o Estado de Israel é um fenômeno invejável.
A propósito, entre as 100 empresas que mais contribuem com soluções inteligentes para a qualidade de vida no planeta, não há registro de nenhuma empresa dos países árabes e de nenhum país inimigo de Israel.
E, infelizmente, nenhuma empresa brasileira também.
Estas são as empresas israelenses distinguidas com o prêmio:
1. BrightSource: Empresa de energia solar térmica que neste momento está construindo uma usina na Califórnia.
2. Tigo Energia: Empresa que desenvolve uma solução de caixa para monitorar a saída de energia solar tornando as instalações solares mais eficientes.
3. Aqwise: Uma empresa que usa botões de plástico que torna as estações de tratamento de águas residuais mais eficazes.
4. Better Place: A empresa responsável pela criação das baterias para os carros elétricos de Shai Agassi.
5. CellEra: Desenvolve tecnologia para células de combustível.
6. Emefcy: Usa correntes elétricas para digerir os micróbios em águas residuais.
7. GreenRoad: Desenvolve uma solução para ajudar os motoristas a reduzir o consumo de combustível.
8. TaKaDu: Desenvolve “cérebros” tecnológicos para uma rede de água inteligente.
Israel não é só o foco central do mundo religioso, mas é também importante em várias áreas da sustentabilidade e da alta tecnologia que geram beneficios ao seu povo e ao mundo. Parabéns Roberto por nos mostrar também esse lado um tanto desconhecido por muitos de nós. Shalom!
Oh Israel! Só não te ama, quem não te conhece! Israel é exemplo para o mundo em todas as áreas: ciência, meio-ambiente e Ética (com letra maiúscula).