PESQUISA APONTA QUE A COMUNIDADE ÁRABE ISRAELENSE NÃO APOIA O ESTADO ISLÂMICO, MAS O MESMO NÃO ACONTECE COM SEUS LÍDERES.
Sheikh Raed Salah e seguidores fazem o gesto que representa o Estado Islâmico
O Sheikh Raed Salah, um líder islâmico, deixa a sala de um tribunal. Está cercado de seguidores que, qual fãs de alguns esporte, festejam seu ídolo. Num sinal de vitória, Raed Salah ergue o indicador da mão direita apontando-o para o céu.
O gesto é aparentemente comum, centenas atletas repetem-no a cada vitória ou novo feito. Atribuem a Deus o dom recebido e a capacidade de atingir as metas propostas. Estaria Raed Salah fazendo o mesmo? Atribuindo ao seu deus o fato de ter vencido o tribunal?
Não, Raed Salah não está agradecendo a Allah, Raed Salah está repetindo o gesto que representa o famigerado Estado Islâmico, Raed Salah está fazendo apologia ao terrorismo.
Em êxtase, a massa de adeptos repete o gesto do ídolo que, não nos esqueçamos, é um líder islâmico. A imagem foi captada por um foto-jornalista da Reuters chamado Ammar Awad.
O líder é islâmico, a massa é islâmica, o fotógrafo é islâmico, o gesto terrorista é islâmico, mas sabem aonde a cena aconteceu? No centro de Jerusalém! Salah e sua troupe foram clicados por Ammar no último dia 27 de Outubro ao deixarem o Tribunal Distrital de Jerusalém.
Isso é Israel, esta é a Justiça de Israel, esta é a Democracia em Israel.
Ao mesmo tempo em que saiu livre, Raed Salah não se intimidou e festejou fazendo publicidade do terrorismo. O populacho que o seguia fez o mesmo. Mas será que é isso que pensa os demais árabes que vivem em Israel?
É o que veremos num estudo que será apresentado nesta segunda-feira, 23, numa conferência em Givat Haviva. NOTÍCIAS DE SIÃO teve acesso a alguns dos dados e os antecipa aqui.
Segundo estudo realizado pelo Professor Sammy Smooha, um sociólogo ligado à Universidade de Haifa, cerca de 57% dos árabes israelenses dizem que o Movimento Islâmico verdadeiramente os representa, mas, paradoxalmente, eles não pensam da mesma forma que as suas lideranças.
Smooha, que vem acompanhando a opinião dos árabes-israelenses desde 1976, apresentará os resultados de 2015 num estudo intitulado “Still Playing by the Rules: The Index of Arab-Jewish Relations in Israel 2015” (“Jogando Pelas Regras: Explicando as relações Árabe-Israelense [em Israel] em 2015”). O estudo baseia-se numa pesquisa anual de opinião e foi realizado junto à população árabe adulta entre os últimos meses de Maio e Junho.
O resultado da pesquisa demonstra, de forma inconteste, que a imensa maioria da população não judaica residente em Israel não concorda com o que pensa e faz a liderança árabe. Trata-se de uma maioria oprimida, que aprova o projeto judaico para a Terra Santa, mas que, por temer seus líderes, cala-se.
A pesquisa mostrou que 82% dos entrevistados concordam que O Estado Islâmico é uma organização terrorista extremista e que eles, como árabes, sentem-se envergonhados por isso enquanto apenas 17% pensam o oposto. Em entrevista ao Jerusalém Post, Smooha salientou que estas estatísticas incluem os drusos e os cristãos árabes.
Quando a pesquisa focou apenas nos árabes muçulmanos, apenas 18% deles consideraram o Estado islâmico um movimento não terrorista, o que é algo surpreendente.
Outro dado que chama a atenção é que o percentual aumenta entre os mais escolarizados, justamente aqueles que estão mais próximos das lideranças. Neste grupo, 20% dos árabes com ensino superior dizem não acreditar que o Estado Islâmico seja uma organização terrorista.
O Sheikh Raed Salah, centro da imagem que vemos acima, é líder do Movimento Islâmico, um grupo radical muçulmano dividido em duas facções, a do Norte e a do Sul de Israel, e mesmo entre os simpatizantes deste movimento, como os que aparecem na foto de Ammar Awad, apenas 28% afirmam que o Estado Islâmico não é uma organização não terrorista.
O autor da pesquisa, Sammy Smooha, um judeu nascido no Iraque, é militante de causas pró-união da sociedade israelense e já foi galardoado com importantes prêmios pelos seus esforços pela paz entre árabes e judeus.
Com base na sua trajetória junto aos dois povos, Smooha afirma que 42% de todos os árabes de Israel se definem como simpatizantes, militantes ou membros de uma das duas facções do Movimento Islâmico, do Norte ou do Sul.
Combatentes do Estado Islâmico têm o apoio da liderança árabe-israelense
De olho nessa influência, o Governo de Benjamin Netanyahu vem reduzindo o apoio financeiro às obras sociais desenvolvidas pela organização Movimento Islâmico, principalmente aquelas voltadas para as atividades de jardins de infância, escolas primárias, clubes esportivos e aulas de Alcorão.
Os argumentos dos conselheiros de Netanyahu é que as lideranças do movimento, tanto do Norte quanto do Sul, vêm usando as estruturas, que deveriam ser educacionais, para propagar uma mentalidade beligerante que não condiz com o pensamento da maioria dos membros da comunidade árabe-israelense.
E faz bem. Pelo que a pesquisa do Professor Sammy Smooha indica, a continuar o apoio e diante da doutrinação que há dentro das escolas e clubes árabes-israelenses, nos próximos anos a aversão ao Estado de Israel poderá crescer exponencialmente.
ANDS | JPOST