Ver Yulia Vyacheslavovna Lipnitskaya patinando ao som da Lista de Schindler deu-nos a sensação de que a pista de competição de Budapest havia-se transformado numa daquelas ruas geladas da Alemanha nazista. Lipnitskaya era a menininha de vermelho. Lipnitskaya emocionou a todos.
DA LISTA DE SCHINDLER À PISTA DE SOCHI
Aos 15 anos, Yulia Lipnitskaya foi a mais jovem atleta a conquistar uma medalha de ouro dos jogos olímpicos de inverno, mas foi um mês antes, no campeonato europeu de Janeiro de 2014 em Budapeste, que sua apresentação na patinação artística arrebatou o público. Em fevereiro ela ganhou outra medalha de ouro, desta vez nas Olimpíadas de Inverno de Sochi na Rússia, mas a imagem que indiscutivelmente marcará a precoce carreira desta jovem russa aconteceu mesmo na Hungria.
Quando seu nome foi anunciado, Lipnitskaia surgiu na pista envergando um elegante casaco vermelho. O público só foi entender a escolha – e posteriormente emocionar-se – quando soaram os primeiros acordes da música da apresentação: A Lista de Schindler, de John Williams. Imediatamente, a imagem icônica da garotinha de vermelho que atravessa o preto-e-branco do filme homônimo de Steven Spielberg veio à mente de quase todos os que ali se encontravam. Depois da apresentação, o gelo da pista ficou pontilhado por flores dos buquês que foram atirados pelos espectadores. A medalha de ouro foi apenas o corolário da cena. Perfeita.
A Lista de Schindler conta a história de um industrial alemão que nos anos 1940 salvou mais de 1200 judeus empregando-os nas suas fábricas. Uma das sequências mais marcantes da pelicula mostra Liam Neeson, como Oskar Schindler, assistindo do alto de uma colina à matança indiscriminada de dezenas de judeus numa rua gelada de uma cidade alemã qualquer. A Segunda Guerra Mundial estava apenas no início e esta cena repetir-se-ia milhares de vezes depois. De repente, aparece uma garotinha usando um casaco vermelho e passa caminhando por entre o cenário de caos que se havia instalado. Schindler, expectador privilegiado, veio a se deparar depois com o corpo da garotinha numa pilha de judeus mortos. A cena impactou de tal forma o empresário que ele articulou uma forma de salvar o maior número possível de judeus, que naquela época estavam destinados aos campos de extermínio.
Ver Yulia Lipnitskaya patinando ao som da Lista de Schindler deu-nos a sensação de que a pista de competição de Budapeste havia-se transformado numa daquelas ruas geladas da Alemanha nazista. Lipnitskaya era a menininha de vermelho. Lipnitskaya emocionou a todos.
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Nos anos 40 poucos foram tão corajosos com Oskar Schindler, que colocou em risco a sua segurança e privilégios pessoais a fim de salvar alguns poucos judeus da morte certa. Nos dias de hoje Lipnitskaya não corre o risco de ser encontrada numa pilha de cadáveres e já não há campos de extermínio espalhados pela Europa, mas ela e seu coreógrafo foram extremamente felizes ao escolherem o icônico casaco vermelho e a emocionante música de Williams para esta apresentação. Afinal de contas, a Hungria é hoje um dos Estados mais antissemitas de uma Europa que insiste em não se livrar desta triste herança que mancha a história da humanidade.
Na Alemanha nazista um homem acompanhou o caminhar de uma garotinha vestida de vermelho e esta imagem mudou sua vida para sempre. Daquela garotinha pouca coisa sabemos, inclusive que era judia, mas daquele homem sabemos muito, inclusive que não era judeu. Na pista de Budapest uma garotinha patinou vestida de vermelho. Dela sabemos muito, inclusive que não é judia, mas do seu coreógrafo sabemos pouco, inclusive que chama-se Ilia Averbukh e… é judeu.
A INSPIRAÇÃO DE LIPNITSKAYA
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Estou muito…muito emocionada…porque hoje em dia, não vemos judeus se identificando ….eles são perseguidos e com muita dificuldade encontramos alguém do nosso povo. Ontem, visitando um shopping aqui em Campinas, um shopping que não conhecia, encontrei uma loja que tinha em seu vitral o alfabeto hebraico todo desenhado, numa placa, oque me fez parar imediatamente e admirar …., que emoção!!! …e eu, não me contive…entrei na loja e perguntei para a atendente: Esta é uma loja judaica? Sim ela disse, vendemos muitos artigos judaicos…e me mostrou peças em prata com gravações em hebraico e outras. Ela nos perguntou se éramos judeus …eu estava com meu esposo e filho….eles disseram que não …mas, eu disse que minha alma é judaica!!! Dificil, Roberto, para eu provar minha judaicidade, mas sigo assim crendo que sou uma filha de Israel….Eu amo o D’us de Israel…o D’us das Escrituras Hebraicas, eu amo o povo judeu!!! Estou muito…muito emocionada com sua reportagem…Louvado seja o Eterno por vocês, querida Familia Kedoshim!!!
Enquanto vivermos não podemos esquecer jamais o massacre a qual foi submetido o Povo de YaHWeH, Salmo 122.
VERDADEIRAMENTE!!! JAMAIS SR. CLAUDIO!!
fiquei muuuuito emocionada, pois é o filme que mais amo!!!
Eu assisti a apresentação dela.Emocionante.D’us jamais se esquecem dos que praticam a justiça.
Fabiana
Que lindo! Que emocionante!