A ARTE DE DISTORCER OS FATOS
Em abril passado, na cerimônia de lançamento de uma campanha nacional de combate a hipertensão, o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, sugeriu que as pessoas deveriam comer cinco porções de frutas por dia. Depois, complementou: “Dancem, façam sexo, mantenham o peso, mudem o padrão alimentar, façam atividades físicas e, principalmente, meçam a pressão arterial regularmente”.
Imediatamente a notícia se espalhou: Explodiu na Internet, foi chamada principal dos telejornais da noite e estampou as manchetes dos periódicos no dia seguinte. Não a frase toda, mas sim a interpretação de parte dela: “Ministro manda fazer sexo para combater a hipertensão”.
Por que não deram destaque aos pedidos de mudança dos padrões alimentares, ao estímulo para que os brasileiros fizessem mais atividades físicas ou mesmo a fazer da medição da pressão arterial uma rotina, o que para o Ministro era a mais importante das suas recomendações?
Ora, os jornais destacaram aquilo que lhes pareceu mais sensacionalista. Aquilo que mais agradaria aos seus ouvintes e leitores. Assim é a Mídia, enganosa, interesseira e sutil nas suas deturpações.
E é esta mesma Mídia quem está se deleitando com duas frases, descontextualizadas, extraídas de supostas “declarações das autoridades israelenses”. As frases são: “Israel admite erros em operação militar” e “Israel lamenta as mortes”. As frases estão em Jornais, Sites e Blogs. E tome críticas a este país insensível que faz operações desastrosas, mata pessoas inocentes e depois, simplesmente lamenta.
Israel de fato lamentou as falhas apresentadas na operação que resultou na tragédia do navio turco Marmara. Não a abordagem do navio em si, mas sim a ingenuidade dos comandantes que estiveram à frente da Operação. As “autoridades israelenses” citadas pela Mídia é na verdade um tenente de segundo escalão que não teve nem o nome revelado. Este tenente disse que as Forças de Defesa de Israel (FDI) falharam quando abordam o navio com limitados recursos de contenção de multidões. “Não esperávamos essa resistência dos ativistas, já que estávamos falando de um grupo de ajuda humanitária”, disse o tenente.
Quanto à segunda frase, Israel de fato “lamentou as perdas desnecessárias de vidas”. E o fez porque isso está na essência da religião predominante em Israel, o Judaísmo. A Morte, para os judeus, é algo muito sério. Seja ela dos seus filhos ou dos seus inimigos. E sem nenhuma reciprocidade, diga-se de passagem. Por exemplo: As famílias dos homens-bomba que se explodiram em atentados terroristas, receberam os pedaços dos corpos para serem sepultados. Já os soldados israelenses que morreram no front tiveram seus corpos retidos e foram barganhados com Israel em troca de prisioneiros de guerra.
Israel lamentou as perdas desnecessárias de vida como uma atitude humanitária, e não como reconhecimento de uma suposta barbárie.
MANIPULANDO AS PALAVRAS
A prática de distorcer palavras, fatos e ações de Israel não é algo novo. Milenarmente esta nação e seu povo têm sido alvo das mais vis manipulações.
Encontramos um exemplo histórico significativo na primeira parte de um livro chamado “As questões dos dias”, ou “Os Anais de Israel”, mais conhecido no Ocidente como “Os Livros das Crônicas” (I e II). Neste livro, presente no Tanach Judaico (Antigo Testamento), estão registradas diversas batalhas que envolveram o Povo Hebreu. Ao narrar uma das guerras contra os Amonitas, Esdras (450-425 a.C.) escreveu:
“E aconteceu, depois disto que Naás, rei dos filhos de Amom, morreu; e seu filho reinou em seu lugar. Então disse Davi: Usarei de benevolência com Hanum, filho de Naás, porque seu pai usou de benevolência comigo. Por isso Davi enviou mensageiros para o consolarem acerca de seu pai.
E, chegando os servos de Davi à terra dos filhos de Amom, a Hanum, para o consolarem, disseram os príncipes dos filhos de Amom a Hanum: Pensas porventura, que foi para honrar teu pai aos teus olhos, que Davi te mandou consoladores? Não vieram seus servos a ti, a esquadrinhar, e a transtornar, e a espiar a terra?
Por isso Hanum tomou os servos de Davi, e raspou-lhes [metade da barba], e cortou-lhes as vestes no meio até à coxa da perna, e os despediu. E foram-se, e avisaram a Davi acerca daqueles homens; e enviou ele mensageiros a encontrá-los; porque aqueles homens estavam sobremaneira envergonhados.
Disse, pois, o rei: ‘Deixai-vos ficar em Jericó, até que vos torne a crescer a barba, e então voltai’.
Vendo, pois, os filhos de Amom que se tinham feito odiosos para com Davi, enviou Hanum, e os filhos de Amom, mil talentos de prata para alugarem para si carros e cavaleiros da Mesopotâmia, e da Síria de Maaca, e de Zobá. E alugaram para si trinta e dois mil carros, e o rei de Maaca e o seu povo, e eles vieram, e se acamparam diante de Medeba; também os filhos de Amom se ajuntaram das suas cidades, e vieram para a guerra.
O que ouvindo Davi, enviou Joabe e todo o exército dos homens valentes. E, saindo os filhos de Amom, ordenaram a batalha à porta da cidade; porém os reis que vieram se puseram à parte no campo.
E, vendo Joabe que a batalha estava preparada contra ele, pela frente e pela retaguarda, separou dentre os mais escolhidos de Israel, e os ordenou contra os sírios. E o resto do povo entregou na mão de Abisai, seu irmão; e puseram-se em ordem de batalha contra os filhos de Amom. E disse: ‘Se os sírios forem mais fortes do que eu, tu virás socorrer-me; e, se os filhos de Amom forem mais fortes do que tu, então eu te socorrerei. Esforça-te, e esforcemo-nos pelo nosso povo, e pelas cidades do nosso Deus, e faça o Senhor o que parecer bem aos seus olhos’.
Então se chegou Joabe, e o povo que tinha consigo, diante dos sírios, para a batalha; e fugiram de diante dele. Vendo, pois, os filhos de Amom que os sírios fugiram, também eles fugiram de diante de Abisai, seu irmão, e entraram na cidade; e veio Joabe para Jerusalém.
E, vendo os sírios que foram derrotados diante de Israel, enviaram mensageiros, e fizeram sair os sírios que habitavam do outro lado do rio; e Sofaque, capitão do exército de Hadar-Ezer, marchava diante deles. Do que avisado Davi, ajuntou a todo o Israel, e passou o Jordão, e foi ter com eles, e ordenou contra eles a batalha; e, tendo Davi ordenado a batalha contra os sírios, pelejaram contra ele.
Porém os sírios fugiram de diante de Israel, e feriu Davi, dos sírios, os homens de sete mil carros, e quarenta mil homens de pé; e a Sofaque, capitão do exército, matou. Vendo, pois, os servos de Hadar-Ezer que tinham sido feridos diante de Israel, fizeram paz com Davi, e o serviram; e os sírios nunca mais quiseram socorrer os filhos de Amom”.
LIÇÕES DA HISTÓRIA
O registro de Esdras é mais do que exemplar para os dias de hoje. Não apenas para reconhecermos as semelhanças, como para aprendermos com seus desdobramentos.
Ao tomar conhecimento da morte de um governante amigo, David, Rei de Israel, enviou-lhes uma delegação para apresentar as condolências à família ao mesmo tempo em que reiterava laços diplomáticos: “Usarei de benevolência com Hanum, filho de Naás, porque seu pai usou de benevolência comigo”.
Vítima de maus conselheiros, o rei sucessor não apenas rejeitou a comitiva, como a tratou da maneira mais humilhante que havia para a época: Raspou a barba dos enviados e expôs parte dos seus corpos à nudez. Tratar uma representação diplomática desta forma correspondia a uma Declaração de Guerra naquela época.
Mas, o que fez David? Para evitar tomar medidas açodadas, pediu que os comissionados ficassem na cidade fronteiriça de Jericó “até que lhes tornasse a crescer a barba”, pois não queria expor seus homens à desonra em Israel.
Uma vez mais a liderança do reino que outrora fora amigo tirou conclusões precipitadas, simplesmente achando que, com sua atitude, “se tinham feito odiosos para com Davi”.
Iniciar um conflito era exatamente o que eles queriam quando humilharam a comitiva diplomática. Como o David sequer deu ouvidos às provocações, eles tomaram a iniciativa de atacar militarmente, aliando-se para isso com outros povos contra Israel.
Para surpresa dos seus inimigos, Israel não deslocou exércitos até o Reino provocador. Limitou-se a ficar dentro dos seus domínios esperando, quem sabe, que diante de tanta passividade as coisas se acalmassem e os agressores desistissem dos seus propósitos beligerantes. A guerra só foi acontecer quando estes, concretamente, colocaram em risco a nação de Israel.
E só então, quando isso aconteceu, a primeira ordem de guerra se faz ouvir em Israel: “Esforça-te, e esforcemo-nos pelo nosso povo, e pelas cidades do nosso Deus, e faça o Senhor o que parecer bem aos seus olhos”.
Como era de se esperar, Israel prevaleceu, venceu, não anexou os reinos vencidos ao seu território, apenas obrigou seus inimigos a fazerem um acordo de paz.
LIÇÕES HODIERNAS
A história acima é exemplar para os dias de hoje. Há anos grupos terroristas usam a Faixa de Gaza para bombardear cidades israelenses da região, que vivem um clima de tensão permanente. Visando minar a resistência destes grupos, Israel impôs restrições a diversos materiais que para lá são destinados. Mas, que tipo de material Israel restringe a entrada na Faixa de Gaza? Vou-lhes dar dois exemplos.
Primeiro: Israel não permite que entre na Faixa de Gaza tubos de canos com espessura em polegadas iguais aos que os militantes do Hamas utilizam para fazer foguetes artesanais. Já os tubos menores, usados em instalações hidráulicas ou serviços de serralheria, têm sua entrada permitida.
Segundo: Israel limita a entrada de fertilizantes químicos. Isso porque determinados fertilizantes são feitos à base de substâncias que, devidamente manipuladas, podem ser transformadas em combustível para os tais foguetes. Mas, Israel permite a entrada de fertilizantes orgânicos.
Estes são dois exemplos – estou quase certo – que boa parte do mundo chamado “civilizado” não sabe. Para eles, o bloqueio imposto é geral, indiscriminado e desumano. Dando créditos às mais vis fontes jornalísticas, muitas pessoas acabam por acolher as mentiras que lhes contam sobre Israel. Tal qual Hanum, filho de Naás, estão ouvindo palavras torpes de conselheiros desqualificados.
CRISE HUMANITÁRIA OU PROPAGANDA ANTI-SEMITA?
Não há crise humanitária na Faixa de Gaza, dizem repetidas vezes as autoridades israelenses. E mesmo assim, países do mundo todo (inclusive o Brasil) acabam enviando recursos e suprimentos para a região. É bom que os leitores saibam que todas as mercadorias que foram enviadas, de forma lícita, para o porto de Ashdod, foram encaminhadas para o território comandado pelo Hamas.
Mas, que tipo de “apoio” trazia os tais “Navios de Ajuda Humanitária” da famigerada flotilha interceptada na madrugada desta segunda-feira?
Quando as autoridades israelenses tiveram acesso aos navios o que encontraram foi uma carga improvisada, espalhada desordenadamente por toda a embarcação, dando a entender que os tripulantes e passageiros estiveram o tempo todo preparados para uma viagem de protesto, e nunca para uma viagem humanitária. Grande parte dos ativistas a bordo já trazia em seus bolsos declarações pré-preparadas para divulgar à imprensa assim que fossem aprisionados. Já estava tudo preparado ou, como diriam os mais jovens, já estava tudo “no esquema”.
Quanto à tal “carga humanitária”, nenhum porto do mundo receberia um navio naquelas condições. Caso os leitores não saibam, existem convenções internacionais que disciplinam as regras do transporte marítimo. E os procedimentos dos navios da tal flotilha não atendem a nenhuma dessas convenções. Os agentes portuários de Ashdod tiveram o maior trabalho para acondicionar devidamente as mercadorias que se encontravam espalhadas por todas as embarcações. Isso sem contar que grande parte deste material é de uma irrelevância vergonhosa para os tais “propósitos humanitários”, como por exempla a presença de 100 Scooters elétricas entre os chamados “materiais imprescindíveis”.
ISRAEL FALHOU
Israel falhou em relação à Gaza? Indiscutivelmente! E eu destacaria três grandes falhas para concluir este artigo:
Primeiro: Israel falhou quando entregou Gaza para a Autoridade Palestina em 2005. Cedendo às pressões internacionais, e em troca de uma suposta suspensão de ataques com foguetes às cidades israelenses, Ariel Sharon retirou as tropas. No dia em que o último tanque de Israel deixou a região, a violência explodiu ENTRE ELES MESMOS! Numa única noite, mais de 100 militantes do Fatah foram assassinados pelos seus “amigos” do Hamas. Desde então, a barbárie se instalou por completo em quase toda a estreita faixa de terra existente entre Israel e o Mar Mediterrâneo.
E não venha culpar Israel, pois o Estado Judeu não tem nada a ver com isso. Por exemplo: A situação das mulheres árabes na Faixa de Gaza é desesperadora! Em todo mundo islâmico, qualquer mulher que denuncie seu marido corre risco de morte. Por isso, as mulheres da faixa de Gaza relutam em denunciar a violência da qual são vítimas. Mesmo assim, as poucas que ousam abrir a boca, fazem relatos tão dramáticos que transformam aquela região num assustador lugar para uma mulher viver.
Segundo a Organização “Mulheres Que Vivem Sob as Leis do Islã”, 77% das mulheres na Faixa de Gaza já sofreram violência de vários tipos. Destas, 53% por cento já sofreram violência física e 15% abuso sexual. Estupros em Gaza são corriqueiros e a maioria das mulheres estupradas não procura a Autoridade Palestina, pois sabem que seriam duplamente punidas.
Uma vez que os tais navios humanitários estavam cheios de Ativistas ligadas aos Movimentos Feministas, e estas tinham ao seu lado eminentes líderes muçulmanos, fico a imaginar que assuntos eles teriam para conversar entre si.
Ou seja, Israel falhou severamente quando entregou uma região tão sensível nas mãos de um dos mais cruéis movimentos político-religiosos da face da terra.
A Segunda falha de Israel foi ter acreditado que os chamados “Pacifistas” que estavam a bordo, não seriam tão estúpidos a ponto de colocarem suas vidas em risco servindo de escudo humano. Apenas no Marmara havia mais de 100 ativistas do Jihad Islâmico e da Al Qaeda. Como estes terroristas são bem conhecidos no universo dos participantes do Protesto, a prática confirmou que os tais “humanistas” foram estúpidos mesmo e Israel falhou em não agir com uma tropa maior na hora da abordagem.
Por fim, Israel falhou quando subestimou o quanto a Mídia está cada vez mais anti-semita. Do momento da abordagem aos navios até a primeira declaração pública das autoridades governamentais passaram-se mais de 6 horas. Nesse ínterim, as imagens dos telefones celulares dos manifestantes feitas dentro do navio já corriam o mundo. E a Mídia Internacional, tendenciosa e mentirosa, já tirava conclusões que a verdade dos fatos, posteriormente mostradas, teve dificuldades de se sobrepor. A prática também tem mostrado que o mundo se delicia com a Mentira e torce o nariz para a Verdade.
Embora estivessem de posse das filmagens de toda a abordagem, em vídeos que o blog NOTÍCIAS DE SIÃO e o site CAFETORAH publicou antes de qualquer outra mídia brasileira, eles demoraram a divulgar tais gravações. Isso deu aos inimigos de Israel um tempo precioso para espalhar a mentira.
Neste ponto, Israel falhou ainda em não dar destaque às armas que foram encontradas nas mãos dos supostos “pacifistas”. Se eles estavam imbuídos de nobres ideais, por que traziam consigo o arsenal que vocês podem ver na foto abaixo?
CONSOLO
A nós, sensatos e indignados defensores de Israel, resta a segurança de saber que, se a história se repete, os registros de Esdras devem nos servir de consolo.
Passados milhares se anos daqueles eventos nós nos perguntamos: Onde estão os Amonitas e os mercenários da Mesopotâmia que se ajuntaram para atacar o Exército de David? Não existem mais. Passaram. Mas Israel continua aqui. E continuará.
Quanto aos “pacifistas” com seus falsos barcos humanitários e astúcias diabólicas, resta a estes um aviso: O D’us de Israel é o mesmo da época de David e, conforme registrou Esdras nas suas Crônicas, ELE fará o que parecer bem aos SEUS olhos.
Louvo a Deus pela existência deste blog, sempre tão rico em informação sobre os acontecimentos em Israel. Continua sempre a escrever, pois acompanharei cada artigo. Obrigada.
Eu nunca tinha lido seu Blog, e o achei maravilhoso. Seus comentários são muito bons. Gostei muito de todos os artigos que li. O mundo fecha os olhos para a verdade, mas nós cremos na Verdade que Deus deixou para nós nas Sagradas Escrituras. Pois, mais cedo ou mais tarde ela se cumprirá.
Meu amigo, que Deus te abençoe, pois você me abençoou com seu Blog.