ESTAREMOS DIANTE DE UM NOVO ISLAMISMO?
Uma sombra paira sobre os acontecimentos desta terça-feira: Salah Abdeslam! O terrorista de Paris, capturado há quatro dias na capital belga, está a mobilizar todas as atenções.
No momento da sua detenção, Abdeslam parecia preparar-se para executar um atentado em Bruxelas, como afirmou no domingo o ministro belga dos Negócios Estrangeiros, Didier Reynders.
“Ele estava preparado para recomeçar algo em Bruxelas. Isso pode ser verdade: encontrámos várias armas — armas pesadas — nas primeiras investigações e encontrámos uma nova rede à sua volta em Bruxelas.”
Salah Abdeslam, de 27 anos, é o inspirador da violência que explodiu em Paris e que agora destroça a capital belga. Ao fanatismo religioso junta-se práticas nada ortodoxas, pois antes de tornar-se símbolo de terror em toda a Europa, era comum encontrar Abdeslam a jogar PlayStation, fumar maconha, consumir haxixe e prostituir-se nos bares gays de Bruxelas, revelou o The Sunday Times em Novembro passado.
Depois dos atentados do dia 13 de Novembro em Paris, Abdeslam retornou à Bélgica e tornou-se o homem mais procurado em toda a Europa.
Jason Burke, um especialista em islamismo radical, tentou esboçar no jornal britânico Guardian algumas ideias sobre o que pode ter acontecido entre o momento de captura de Abdeslam e os atentados desta terça-feira.
“Essa rede pode ter sido capaz de agir antes que os serviços de segurança a impedissem. É possível que inclua dois outros homens suspeitos de terem desempenhado papéis importantes nos ataques de paris e estão em fuga desde Novembro”, disse Burke referindo-se a Mohamed Abrini e a Soufiane Kayal, que na segunda-feira foi identificado como Najim Laachraoui, 24 anos.
O jornalista sublinha aquilo que diz ser “a realidade do extremismo islamista contemporâneo na Europa”. “Não se trata dos chamados lobos solitários ou figuras isoladas, mas sim de uma pequena e importante rede de pessoas profundamente inseridas em comunidades e bairros mais vastos”.
“Para os terroristas, o objetivo é mostrar que ainda podem aterrorizar, mobilizar e polarizar com recurso à violência. Isto não se trata tanto de vingança, mas simplesmente demonstrar uma habilidade ininterrupta. Podem estar em desvantagem, mas não estão derrotados.”
Enquanto isso as autoridades não podem mais prender-se a observação de mesquitas e recintos árabes tradicionais, pois o inimigo agora pode estar neste momento a fumar um cigarro de maconha ou a flertar com outros homens num clube gay qualquer desta imensa Europa. É o Islamismo Liberal em ação.
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Essa, no bom sentido, te passaram a perna, veja: https://blogaultimatrombeta.wordpress.com/2016/03/22/sangue-no-aeroporto-da-belgica/