O Josh acendendo a primeira vela do Chanukah de 5774
… E NA FESTA DE CHANUKAH JESUS FOI AO TEMPLO
Não há registros de que a igreja cristã primitiva comemorasse o nascimento de Jesus. Não há registros de que a família de Jesus comemorasse o nascimento de Jesus. Mas, mesmo assim nos dias de hoje uma parcela significativa de cristãos comemoram o nascimento de Jesus, comemoração esta que recebeu o nome de Natal. O primeiro registro desta festa apareceu num calendário ilustrado do Império Romano chamado “Chronographus Anni CCCLIV” (Cronógrafo do ano 354) e apontava como data o dia 25 de Dezembro. Curiosamente, este é o dia em que festejavam-se um dos três principais deuses romanos, o Deus Sol, que em latim era chamado de Dies Natalis Solis Invicti. Os romanos que haviam sido cristianizados por decreto desde o ano 313, apropriaram-se da expressão e passaram a comemorar o nascimento de Jesus chamando a festa de Natal.
Não há registros de que a família de Jesus ou seus primeiros seguidores tivessem comemorado o Natal, mas como a igreja cristã primitiva era majoritariamente formada por judeus, e como Jesus e estes judeus estavam mergulhados na cultura do seu povo, é de se imaginar que eles, além das festas religiosas, estivessem também envolvidos com as tradicionais. E uma das festas mais populares entre os judeus era – e ainda é – o Chanukah. Conhecida como “a Festa da Dedicação”, ela aparece inclusive nos evangelhos, pois João apontou no seu livro que no dia desta festa Jesus estava presente no Templo (João 10:22,23).
A história de Chanukah começa no ano 167 a.C., quando Antíoco Epifânio esmagou uma revolta dos judeus de Jerusalém, profanou o Templo erguendo um altar para Zeus e, com o objetivo de debochar do Deus de Israel, fez sacrifícios com animais que segundo a Torah eram imundos. Depois, para culminar a profanação, regou o altar com o sangue de um porco. Como se não bastasse, Antíoco proibiu aos judeus a leitura da Torá condenando à morte quem desrespeitasse essa lei.
Foi aí que os Irmãos Macebeus, um grupo de judeus da cidade de Modi’in, da família dos Hasmoneus, travaram uma feroz batalha contra as tropas de Antíoco, libertando Jerusalém e purificando o Templo. Judas Macabeu, o líder, reconstruiu o altar profanado e fez um sacrifício santo ao Senhor. A Festa da Dedicação, também conhecida como Festa das Luzes, ou Chanukah em hebraico, relembra desde então este episódio marcante da história dos judeus.
No calendário vigente na época, o Calendário Juliano, a festa ao Deus Sol acontecia normalmente próximo às comemorações do Chanukah judaico, desta forma os romanos, cristianizados por decreto, vincularam as comemorações do seu deus ao nascimento de Jesus. Surgia assim o Natal.
No Século XVI o Papa Gregório XIII ajustou os calendários, razão pela qual o atual é chamado de Gregoriano, mas os judeus sempre mantiveram o seu próprio calendário. Enquanto nós no Ocidente estamos no ano 2.013, em Israel vive-se os primeiros meses do ano 5.774.
Desde a sincretização da festa ao deus Sol com o cristianismo romano, algumas vezes as datas coincidiram, como no Chanukah de 5.699. Naquele ano, 1938 no calendário gregoriano, a festa caiu exatamente no dia 25 de Dezembro. Na Alemanha Nazista estava em curso os primeiros movimentos organizados de perseguição aos judeus e foi dentro deste quadro de terror que aconteceu um episódio maravilhoso que já compartilhamos com vocês no Chanuckah de 2010. Mas como a história é belíssima, não custa nada relembrar.
MILAGRE DE CHANUKAH NA ALEMANHA NAZISTA
Era 25 de dezembro de 1938 – um dia de celebrações ao redor do mundo. Para muitos era Natal, para outros, Chanukah, a Festa das Luzes, a Festa dos Milagres.
Para a família Geier, judeus alemães, aquele dia de Chanukah era o dia em que o pesadelo e o medo iriam acabar. Era o dia em que a luz iria vencer a escuridão, pois deixariam para sempre a Alemanha, escapando às garras assassinas da Gestapo. Estavam prestes a recomeçar suas vidas. Os tão aguardados passaportes, com vistos tanto de saída da Alemanha quanto de entrada nos Estados Unidos, haviam chegado logo após aquela terrível noite que entrou para a história como a Noite dos Cristais. Naquela noite os judeus da Alemanha haviam visto a que extremos podia chegar a fúria nazista: sinagogas foram incendiadas, lojas destruídas e pilhadas, muitos judeus foram feridos, outros mortos pelo simples fato de serem judeus.
O dia estava ensolarado, mas frio, enquanto o trem que os levaria para a Holanda saía da estação ferroviária em Berlim. Como estava lotado, a família Geier se viu forçada a dividir o compartimento de segunda classe com dois alemães de aspecto sisudo. “Sem dúvida, são arianos”, pensou o sr. Geier. Arnold, o filho de 12 anos, e sua irmã de 15, estavam quietos, sentados ao lado dos pais, pois sabiam que apesar de terem os documentos em ordem, só estariam a salvo após ter atravessado a fronteira.
Arnold ouviu sua mãe sussurrar, reconfortando o pai: “Não fique triste, D’us sabe a razão pela qual esta noite não poderemos acender as velas da chanukiah”. O senhor Geier era um chazan de sinagoga, cumpridor devoto do judaísmo e de suas Leis. Sabia que salvar uma vida era mais importante do que qualquer outra mitzvá e estava tentando salvar sua família; mas mesmo assim tinha o coração apertado – em toda a sua vida nunca deixara de acender, uma única vez, as velas de Chanukah. Quase que instintivamente, levara consigo, guardadas cuidadosamente em sua bagagem de mão, uma pequena chanukiah e algumas velas.
“Logo após o anoitecer”, conta Arnold Geier, “o trem reduziu a marcha e, resfolegante, adentrou por uma estação especial na fronteira entre a Alemanha e a Holanda. Nós nos preparamos espiritualmente para nosso derradeiro encontro com a polícia alemã nazista e a Gestapo. Faltavam apenas mais alguns quilômetros e tudo aquilo seria passado, ficaria para trás. Uma vida nova se iniciaria, sem medos, sem perseguições”.
“O trem ficou parado na estação e todos observavam enquanto a polícia da fronteira e a Gestapo comparavam cuidadosamente as listas de passageiros, preparando-se para examinar os passaportes e documentos de todos”, relembra Arnold. “Apesar de nossos documentos estarem em ordem, na Alemanha nazista nada era garantido para um judeu. Quando um pequeno grupo de oficiais, vestindo os uniformes da SS, subiu no trem para iniciar a inspeção, vi a tensão crescer em meu pai, o suor banhando-lhe a testa. Fiquei com muito medo, apertando a mão de minha irmã, que tremia”.
“Mas, de repente, sem nenhum aviso, todas as luzes da estação e do trem se apagaram”, continua. “Muitos acenderam fósforos, que levavam consigo, e na noite escura seus rostos ficaram iluminados de forma estranha, uma visão fantasmagórica. Uma sensação de terror cada vez mais forte apertava minha garganta, sufocando-me”.
Na confusão, o senhor Geier levantou-se, procurou sua bagagem e tirou as 8 pequenas velas que tinha levado, pegou um fósforo e acendeu a primeira delas. Usando essa vela, aqueceu o fundo das outras e alinhou-as, todas, no parapeito da janela de nosso vagão. Sem mover os lábios, recitou as bênçãos de Chanukah e acendeu as velas. “Pela primeira vez naquele dia, um sorriso apareceu no seu rosto”, lembra, emocionado, Arnold.
Então alguém gritou, “Olhem, há uma luz ali!” A polícia da fronteira e os oficiais da Gestapo logo acorreram até o compartimento dos Geier. Estavam contentes de não ter que interromper a inspeção pela inesperada falta de luz. Um deles até agradeceu o senhor Geier por ser tão cuidadoso ao ponto de se prevenir com um pacote de “velas para viagem”. Usando a luz das velas, passaram a inspecionar os documentos. Uma meia hora se passara quando, de repente, as luzes se acenderam de novo. Os oficiais agradeceram mais uma vez ao sr. Geier e, satisfeitos de não ter perdido tempo, saíram para terminar seu trabalho nos outros vagões.
“Estávamos salvos, o perigo tinha passado”, lembra Arnold. “Uma sensação de alívio tomou conta de nós e meu pai disse algo que nunca vou esquecer: ‘Lembrem desse momento: como nos tempos dos Macabeus, um grande milagre aconteceu aqui!‘”.
NOTA DO BLOG NOTÍCIAS DE SIÃO
Esta história está relatada no livro True Stories: Holocaust Miracle e foi publicada no Brasil pela revista Morasha. NDS compartilha com seus leitores como reflexão sobre a importância que os judeus dão à festa que hora se comemora ao mesmo tempo em que agradece as milhares de visitas que recebeu ao longo de 2013. Diariamente, centenas de pessoas visitam nosso blog, comentam seus artigos e são esclarecidas e edificadas com seu conteúdo. Esperamos continuar em 2014 a falar de Israel da forma que a Mídia convencional dificilmente faz. Esperamos continuar mostrando a nossos leitores que Israel é muito mais do que vocês estão acostumados a ver, ouvir ou ler na imprensa mundial. O que nós procuramos fazer é “acender velas” nas “janelas virtuais” desta imensa rede chamada Internet. Esperamos que, tal qual nos tempos dos irmãos Macabeus, através do nosso modesto trabalho “grandes milagres” possam voltar a acontecer.
CHAG CHANUKAH SAMEACH PARA TODOS OS NOSSOS LEITORES!
ROBERTO KEDOSHIM
Jornalista e Editor
VERÔNICA KEDOSHIM
Pesquisadora e Revisora
CHAG CHANUKAH SAMEACH A TODOS VOCÊS QUERIDOS AMIGOS !!!! MUITAS BENÇÃOS SOBRE TODOS, DESDE BRASIL!!!!!
Obrigada, Roberto! Cada vez que leio esta história, me emociono e sinto o amor e o cuidado do Senhor Deus para com aqueles que nele creem!
Desculpem-me: onde “nele” leiam “nEle”.
Toda vez que leio histórias de judeus e a Gestapo fico com a respiração suspensa, para mim o pior sempre vai acontecer, mas cabe a D’us as vezes providenciar livramento.
Roberto fiquei ausente um tempo do seu blog, porque coloquei o link dele em algum das minhas inúmeras pastas de favoritos e me esqueci.
kkkkkkkkkkkkkkkkk
Já me atualizei e coloquei o link do seu blog na lista dos meus sites preferidos.
na Paz do Mestre.
Fabiana
Na nossa vida, ainda que haja acidentes no percurso ELE está na direção e no controle absoluto de todas as coisas. Não existe nada que possa interpor. ( Ottawa Canada 28 .04.2014