MILAGRE DE CHANUKAH NA ALEMANHA NAZISTA
Era 25 de dezembro de 1938 – um dia de celebrações ao redor do mundo. Para muitos era Natal, para outros, Chanukah, a Festa dos Milagres, a Festa das Luzes.
Para a família Geier, judeus alemães, aquele dia de Chanukah era o dia em que o pesadelo e o medo iriam acabar. Era o dia em que a luz iria vencer a escuridão, pois deixariam para sempre a Alemanha, escapando às garras assassinas da Gestapo. Estavam prestes a recomeçar suas vidas. Os tão aguardados passaportes, com vistos tanto de saída da Alemanha quanto de entrada nos Estados Unidos, haviam chegado logo após aquela terrível noite que entrou para a história como a Noite dos Cristais. Naquela noite os judeus da Alemanha haviam visto a que extremos podia chegar a fúria nazista: sinagogas foram incendiadas, lojas destruídas e pilhadas, muitos judeus foram feridos, outros mortos pelo simples fato de serem judeus.
O dia estava ensolarado, mas frio, enquanto o trem que os levaria para a Holanda saía da estação ferroviária em Berlim. Como estava lotado, a família Geier se viu forçada a dividir o compartimento de segunda classe com dois alemães de aspecto sisudo. “Sem dúvida, são arianos”, pensou o sr. Geier. Arnold, o filho de 12 anos, e sua irmã de 15, estavam quietos, sentados ao lado dos pais, pois sabiam que apesar de terem os documentos em ordem, só estariam a salvo após ter atravessado a fronteira.
Arnold ouviu sua mãe sussurrar, reconfortando o pai: “Não fique triste, D’us sabe a razão pela qual esta noite não poderemos acender as velas da chanukiah”. O senhor Geier era um chazan de sinagoga, cumpridor devoto do judaísmo e de suas Leis. Sabia que salvar uma vida era mais importante do que qualquer outra mitzvá e estava tentando salvar sua família; mas mesmo assim tinha o coração apertado – em toda a sua vida nunca deixara de acender, uma única vez, as velas de Chanukah. Quase que instintivamente, levara consigo, guardadas cuidadosamente em sua bagagem de mão, uma pequena chanukiah e algumas velas.
“Logo após o anoitecer”, conta Arnold Geier, “o trem reduziu a marcha e, resfolegante, adentrou por uma estação especial na fronteira entre a Alemanha e a Holanda. Nós nos preparamos espiritualmente para nosso derradeiro encontro com a polícia alemã nazista e a Gestapo. Faltavam apenas mais alguns quilômetros e tudo aquilo seria passado, ficaria para trás. Uma vida nova se iniciaria, sem medos, sem perseguições”.
“O trem ficou parado na estação e todos observavam enquanto a polícia da fronteira e a Gestapo comparavam cuidadosamente as listas de passageiros, preparando-se para examinar os passaportes e documentos de todos”, relembra Arnold. “Apesar de nossos documentos estarem em ordem, na Alemanha nazista nada era garantido para um judeu. Quando um pequeno grupo de oficiais, vestindo os uniformes da SS, subiu no trem para iniciar a inspeção, vi a tensão crescer em meu pai, o suor banhando-lhe a testa. Fiquei com muito medo, apertando a mão de minha irmã, que tremia”.
“Mas, de repente, sem nenhum aviso, todas as luzes da estação e do trem se apagaram”, continua. “Muitos acenderam fósforos, que levavam consigo, e na noite escura seus rostos ficaram iluminados de forma estranha, uma visão fantasmagórica. Uma sensação de terror cada vez mais forte apertava minha garganta, sufocando-me”.
Na confusão, o senhor Geier levantou-se, procurou sua bagagem e tirou as 8 pequenas velas que tinha levado, pegou um fósforo e acendeu a primeira delas. Usando essa vela, aqueceu o fundo das outras e alinhou-as, todas, no parapeito da janela de nosso vagão. Sem mover os lábios, recitou as bênçãos de Chanukah e acendeu as velas. “Pela primeira vez naquele dia, um sorriso apareceu no seu rosto”, lembra, emocionado, Arnold.
Então alguém gritou, “Olhem, há uma luz ali!” A polícia da fronteira e os oficiais da Gestapo logo acorreram até o compartimento dos Geier. Estavam contentes de não ter que interromper a inspeção pela inesperada falta de luz. Um deles até agradeceu o senhor Geier por ser tão cuidadoso ao ponto de se prevenir com um pacote de “velas para viagem”. Usando a luz das velas, passaram a inspecionar os documentos. Uma meia hora se passara quando, de repente, as luzes se acenderam de novo. Os oficiais agradeceram mais uma vez ao sr. Geier e, satisfeitos de não ter perdido tempo, saíram para terminar seu trabalho nos outros vagões.
“Estávamos salvos, o perigo tinha passado”, lembra Arnold. “Uma sensação de alívio tomou conta de nós e meu pai disse algo que nunca vou esquecer: ‘Lembrem desse momento: como nos tempos dos Macabeus, um grande milagre aconteceu aqui!‘”.
NOTA DO BLOG NOTÍCIAS DE SIÃO
Esta história está relatada no livro True Stories: Holocaust Miracle e foi publicada no Brasil pela revista Morasha. NDS compartilha com seus leitores como reflexão sobre a importância que os judeus dão à festa que hora se comemora ao mesmo tempo em que agradece as milhares de visitas que recebeu ao longo de 2010. Diariamente, centenas de pessoas visitam nosso blog, comentam seus artigos e, é o nosso desejo, são esclarecidas e edificadas com seu conteúdo. Esperamos continuar em 2011 a falar de Israel da forma que a Mídia convencional dificilmente faz. Esperamos continuar mostrando a nossos leitores que Israel é muito mais do que vocês estão acostumados a ver, ouvir ou ler na imprensa mundial. O que nós procuramos fazer é “acender velas” nas “janelas virtuais” desta imensa rede chamada Internet. Esperamos que, tal qual nos tempos dos irmãos Macabeus, através do nosso modesto trabalho “grandes milagres” voltem a acontecer.
CHAG CHANUKAH SAMEACH PARA TODOS OS NOSSOS LEITORES!
ROBERTO KEDOSHIM
Jornalista e Editor
VERÔNICA KEDOSHIM
Pesquisadora e Revisora
Amados, verdadeiramente O SENHOR É FIEL, e aqueles que nELE confiam jamais serão abalados. Abraço fraterno e votos de um verdadeiro e real Natal para toda a família, Francisco e Vania (Rm 5.5)
Que história maravilhosa! De fato nunca sabemos de que maneira D’us vai agir. Creio que ELE quis honrar aquele que estava tão acostumado com a prática de acender as velas. Transformou um momento de apreensão em uma oportunidade para manifestação de alegria. Muito grato por compartilhar esta história e pelo final feliz para os judeus que tanto amo. Mauro Rocha
Queridos, são maravilhosas as informações do NOTÍCIAS DE SIÃO! Um Blog rico em detalhes, com uma total interação aos acontecimentos atuais em Israel e no mundo. Que Deus os abençoe. (Alex Teixeira/ Fortaleza-Ceará – BRASIL)
Caro Roberto, eis oque encontrei num livro chamado Livro Judaico dos Porquês. Na página 287 está a seguinte pergunta: “Porque as letras do Dreidl mudaram depois que o Estado de Israel foi restabelecido em 1948?” O Dreidl é um pião de quatros lados, com uma letra hebraica diferente em cada lado. No jogo com o Dreidl, cada participante faz o pião girar e recebe pontos conforme o valor atribuido a cada letra que aparecer voltada para cima quando o Dreidl pára de girar. A palavra iídiche Dreidl deriva do alemão Drehen, que significa girar. Em hebraico é sevivon, da raiz savav (girar). Os Dreidls usados antes do restabelecimento do Estado de Israel possuem as seguintes letras hebraicas: Nun, Guimel, Hê, Shin, que são abreviatura de “Nes Gadol Haiá Sham” (“um grande milagre aconteceu lá“). Depois do restabelecimento do Estado de Israel, o Shin, de Sham, que significa “Lá“, foi alterado para Pêi, de Pô, que significa “Aqui“, em hebraico. Então, as quatro letras hebraicas encontrados nos Dreidls de hoje são: Nun,Guimel, Hê e Pêi, que são abreviatura de Nes Gadol Haiá Pô (“um grande milagre aconteceu aqui“). Muito legal, né? Compartilho com vocês minha leitura. E desejo que O ETERNO continue o abençoando e a toda sua Família. MUITA SAÚDE!
Linda história que você nos contou. ao longo de minha carreira profissional, eu sempre me vi em situações em que me encontrava com judeus que haviam sobrevivido a campos de extermínio nazistas. Essas pessoas, sempre cri serem preciosas não somente por serem meus próximos, mas também por terem passado por toda a perseguição infernal perpretada por hitler. Sempre me mostravam orgulhosamente os números tatuados em seus braços e tinham uma linda história de esperança e perseverança e livramento para contar, eram sempre histórias de pequenos milagres como a descrita acima. Raramente eu não chorava, e tinha que disfarçar meus soluços. Hoje agradeço a D-us porque tais histórias não somente me fortaleceram na vida pessoal como também fizeram com que me apaixonasse por Israel perdidamente, e é impossível falar do amor de Jesus sem me lembrar de que ele veio para esse povo, e depois para mim.
As luzes de Chanukah para mim significam esperança, vamos acender uma a cada dia de nossas vidas e veremos milagres pequenos, médios e grandes acontecerem. Forte abraço a todos.
Shalom Roberto. Que maravilha de site! A gente percebe o quanto as luzes estão com vocês. Parabéns. Daqui do Brasil lhe mando votos de sucesso e realizações em seu caminho. Um abraço afetuoso e iluminado pelas luzes de Chanukan da amiga Celia Augusta.
Amados irmãos, que o Senhor Jesus esteja convosco e que o vosso desejo seja o mesmo do Mestre: Fazer o Deus soberano ser conhecido dos judeus cada vez mais. Que a vossa permanência entre eles os desperte e que eles entendam que o Senhor Deus é glorificado por labios “gaguejantes’, inclusive também por eles. Que o Deus eterno esteja sempre convosco e lhes dê paz. Amém.
Gosto muito do modo como você escreve! Deus te abençoe!
Gosto muito quando os leitores comentam (rsrs). D’us te abençoe também.