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Quando o politicamente correto se transforma numa afronta à memória de milhares de judeus

No calendário hebraico, o dia 4 de iyar, véspera da festa da Independência do Estado de Israel, é uma das datas mais significativas. Neste dia, o povo judeu relembra, com pesar, todos os soldados que deram a sua vida lutando pela independência do Estado hebraico.

Neste dia, Israel presta homenagem a todos os homens e mulheres que tombaram nas guerras pré e pós Independência. É nesta data também que os judeus choram as vítimas dos terríveis ataques terroristas que rotineiramente mancham de sangue o solo da Terra Santa.

É por isso que o dia 4 de iyar recebe o nome de Yom HaZikaron, ou “Dia da Lembrança”. O nome completo da data, LeHalalei Ma’arakhot Yisrael ul’Nifge’ei Pe’ulot HaEivah, significa “Dia da Lembrança dos Soldados Mortos de Israel e das Vítimas do Terrorismo”.

Não sem razão, esta é uma das datas mais tristes do calendário civil israelense. E como parte das homenagens, o Governo de Israel, ano após ano, envia uma carta e uma lembrança para todas as famílias que perderam ente queridos nesta dura guerra contra os inimigos de Israel e nos covardes ataques terroristas. É o mínimo que os vivos podem fazer em memória de quem deu a vida por Israel.

Este ano, entretanto, a data está sendo marcada por uma intensa polêmica, pois dezenas de famílias estão mandando de volta os presentes que o Governo lhes tem enviado. E estas famílias têm razões de sobra para agirem desta forma.

Acompanhados das cartas de condolências e agradecimentos, as autoridades incluíram um vistoso relógio de mesa. Embora se trate de uma bela peça de arte, a escolha não poderia ter sido mais infeliz, pois os símbolos presentes no relógio estão mais para escárnio do que para homenagem.

Embora a palavra “Jerusalém”, escrita em hebraico, ocupe um lugar de destaque na base do mostrador, há pouco – ou quase nada – de verdadeiramente judaico neste “presente” que deveria homenagear judeus mortos. O relógio está mais para uma peça de propaganda do “politicamente correto” do que para uma homenagem às vítimas, justamente, desta filosofia pseudo-pacifista.

Não há no relógio nenhuma Estrela de David, não há no relógio nenhuma bandeira de Israel, nenhum mapa da Terra Santa, nenhuma menorá ou chanukiah. Não há no relógio nenhuma menção ao Kotel, o Muro das Lamentações, símbolo máximo fé judaica, símbolo máximo da cidade de Jerusalém, cuja libertação custou a vida de milhares de soldados e cuja posse, legítima posse, levou terroristas árabes a realizarem ataques covardes, de todos os tipos, contra civis, esfaqueando pessoas pelas ruas e explodindo ônibus e pizzarias repletas de crianças.

Pior do que não ter símbolos judaicos, o relógio contém diversas referências justamente aos perpetradores destes ataques. A peça é, realmente, um escárnio.

Como se não bastasse a ausência da Estrela de David, a borda do relógio traz nada mais nada menos do que 13 imagens do Crescente Vermelho, o símbolo da fé islâmica, o símbolo dos muçulmanos, o símbolo dos realizadores dos ataques terroristas.

A palavra “Paz” está lá, em hebraico, mas acima dela foi colocado o conhecido “Símbolo da Paz”, um emblema criado em 1958 pelo designer gráfico britânico Gerald Holtom. Posteriormente, este símbolo foi “apropriado” indevidamente por movimentos pacifistas, nomeadamente os movimentos hippies, como símbolo da paz, contra a vontade do seu autor. No livro “Paz: A Biografia de um Símbolo”, publicado 50 anos depois da criação do emblema, Holtom diz que sua ideia foi representar um homem desesperado, com os braços abertos para os lados, impotentes.

Completamente descontextualizado, o símbolo é frequentemente usado em manifestações anti-Israel.

Antes de falecer, em 1985, Gerald Holtom admitiu que se arrependia de ter criado tal símbolo, e não concordava, de forma alguma, que ele fosse usado como um símbolo da Paz. No entanto, este símbolo ocupa um lugar de destaque na peça entregue pelo Governo de Israel às famílias que perderam parentes em guerras incentivadas por movimentos que utilizaram justamente este símbolo nos seus protestos.

Embora a peça proposta pelo Governo de Israel tenha por objetivo homenagear apenas famílias judias, que perderam filhos e pais judeus, em ataques terroristas perpetrados por árabes, a palavra “Paz”, aparece estampada, quase como um afronto, escrita em árabe.

Lá está, também estampada no relógio, outro popular símbolo da Paz: Uma pomba com um ramo de oliveira no bico.

Ora, quem conhece a história da luta de Israel contra o terrorismo, sabe muito bem que este símbolo foi usado nas campanhas pseudo-pacifistas do terrorista árabe Yasser Arafat, tendo sido também uma das marcas dos Acordos de Oslo, um dos mais danosos acordos de paz da história recente de Israel.

E para culminar, como se não bastasse a ausência de qualquer referência ao Muro das Lamentações, o relógio traz estampado a Cúpula Dourada, símbolo máximo da profanação do lugar mais sagrado para os judeus, o Monte do Templo. Esta cúpula, erguida junto à mesquita de al-Aqsa, tem sido nas últimas décadas centro de violentos conflitos e é a razão maior que impede judeus de rezarem no ponto mais sagrado da cidade de Jerusalém.

Em tudo e por tudo, a iniciativa do Governo de Israel de “homenagear” os seus mortos com uma peça tão horrorosa, só podia resultar no que resultou: Protestos por todos os lados, não só em Israel como em diversas partes do mundo, onde quer que exista uma comunidade judaica.

“Vocês escolheram um objeto ‘artístico’ que quase nada tem de judaico ou nacional “, afirmou Sarah Klein, viúva de Roi Klein, um major morto em combate, e uma das dezenas de viúvas que devolveram o relógio às autoridades israelenses. Seu marido morreu durante a Segunda Guerra do Líbano, em 2006, depois de pular sobre uma granada para salvar a vida dos seus comandados. Um autentico herói nacional que tem agora a memória manchada por este inexplicável “presente”.

“Em nome dessa pomba da paz, [Yitzhak] Rabin recebeu o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com [Yasser] Arafat. E em decorrência disso, muitos judeus foram assassinados, incluindo o meu filho”, desabafou Yossi Leibowitz, pai de Shammai Elazar Leibowitz, uma criança de 14 anos que foi assassinada num ataque terrorista no Sul das Montanhas de Hebron. Neste mesmo ataque, morreu outra criança, também de 14 anos, Shoval Dickstei, filho do do Rabino Yossi Dickstein.

Ilan Moreno, pai de Emmanuel Moreno, um jovem soldado das Forças de Defesa de Israel morto em combate, pergunta incrédulo: “Não entendi. Será que ninguém percebeu? Quem comprou [esta lembrança] é muito burro! É claro que o Ministro da Defesa não vai pessoalmente comprar estes presentes, ele encarregou alguém de fazer isso e essa pessoa foi estúpida, estúpida mesmo. E esta é uma estupidez ofensiva. É um presente para as famílias enlutadas, mas é um presente onde a maioria dos símbolos são muçulmanos?” indaga o pai do soldado.

Dan Moreno, irmão de Emmanuel, ampliou a indignação falando em nome de todos os judeus que perderam irmãos na guerra contra o terror: “Qual é o problema do relógio? Ora, não há nele nenhum símbolo judaico, mas sim símbolos que são o oposto daquilo pelo qual os nossos irmãos lutaram e deram suas vidas. Em resumo, é vergonhoso, simplesmente vergonhoso. O desejo principal do meu irmão era lutar pela identidade do povo de Israel, ele deu a sua vida por esta identidade e aceitar [este presente] representa aceitar uma zombaria, pois isso é uma vergonha para [a memória] daqueles que morreram, daqueles que deram suas vidas por Israel. [O relógio] menospreza as famílias, menospreza todos os nossos símbolos, os nossos entes queridos que deram suas vidas”, afirmou Dan Moreno.

E o pai Emmanuel conclui: “Não tenho nada contra os muçulmanos, tenho em casa, pendurado nas paredes, muitas coisas que lembram mesquitas, mas um presente deste para famílias enlutadas é um completo despropósito, é algo louco.”

No afã de apresentar uma homenagem “politicamente correta”, o Governo de Israel deu um tiro no próprio pé. Um tiro de bazuca. É por essas e por outras, que grande parte da população de Israel tem cada vez mais saudades de Benjamin Netanyaru.

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