NUMA DAS ÚLTIMAS AÇÕES, BENTO XVI MOSTRA QUE NÃO É NENHUM VELHINHO INGÊNUO.

O texto abaixo não é de minha autoria, foi distribuído pela Agence France-Presse, já os destaques e o Glossário Didático são meus.
PAPA SAI, MAS DEIXA NOMEADO O NOVO PRESIDENTE DO BANCO DO VATICANO
O Papa Bento XVI aprovou nesta sexta-feira, 15, a designação do alemão Ernst von Freyber como novo presidente do Banco do Vaticano, o controverso Instituto de Obras de Religião (IOR). Esta é a última nomeação para um cargo-chave a menos de duas semanas do fim de seu pontificado.
O novo presidente do Banco Vaticano é um advogado nascido em 1958; faz parte do conselho consultivo da agências de emprego temporário no Manpower GmbH e da gestão de ativos da empresa Flossbach von Storch AG. Assim como o antigo presidente, o italiano Ettore Gotti Tedeschi – demitido em maio de 2012, em circunstâncias ainda não esclarecidas -, Freyberg é um católico devoto, membro da Ordem de Malta.
“O Papa manifestou seu pleno consentimento à designação de Von Freyber”, precisou nesta sexta-feira seu porta-voz, o jesuíta Federico Lombardi.
Segundo a imprensa italiana, a nomeação de Von Freyber não agrada a toda a hierarquia da Igreja.
“O Papa não o conhece pessoalmente e não interveio nas eleições“, assegurou seu porta-voz, tentando resolver a polêmica. “Em todas as instituições existem opiniões diferentes”, acrescentou Lombardi, minimizando o que a imprensa tem chamado de “batalha interna” dentro do Vaticano.
INVESTIGAÇÃO POR LAVAGEM DE DINHEIRO
Nos últimos meses o Banco do Vaticano foi o centro de tensões na Santa Sé, culminando no chamado ‘Vatileaks’, que vazou cartas e documentos internos do Papa à imprensa.
Em 2010, a justiça italiana abriu uma investigação judicial contra os dirigentes do Banco Vaticano por violar as leis italianas sobre lavagem de dinheiro.
Para alguns observadores, a nomeação chega num momento delicado, em que os católicos foram pegos de surpresa pela decisão histórica de Bento XVI de afastar-se do trono de Pedro.
O IOR tem um patrimônio estimado em 5 bilhões de euros, distribuídos em 34.000 contas correntes.
Só podem trabalhar no banco os membros do clero, das ordens religiosas, os diplomatas e os assistentes do pontífice.
Entre seus clientes figuram 1.660 bispos, 2.700 congregações, 2.000 diplomatas e 1.610 freiras.
Em julho passado, a comissão européia encarregada de supervisionar o respeito às regras de combate contra a lavagem de dinheiro disse que “o IOR avançou muito em pouco tempo, mas que ainda há muito trabalho a ser feito“.
GLOSSÁRIO DIDÁTICO
Alguns dos dados abaixo apresentados foram extraídos desta reportagem da Revista Sábado, de Lisboa. O restante foi garimpado em exaustivas pesquisas nos meus arquivos pessoais ou em sites da Internet.
1. O controverso Instituto de Obras de Religião…
ENTENDA: No final de 2008, durante uma investigação, a polícia italiana interceptou o seguinte telefonema:
(Diego Anemone) – Don Eva, desculpe se o incomodo, mas estou aflito (…) Tem algum aí?
(Padre Evaldo Biasini) – Dinheiro?
(Diego Anemone) – Sim.
(Padre Evaldo Biasini) – Só tenho 10 aqui em Albano…
(Diego Anemone) – Ah, nada aqui?
(Padre Evaldo Biasini) – Em Roma poderei te dar (…) Deixa ver…
Quem estava sendo escutado era Diego Anemone, um empresário da construção civil, suspeito de envolvimento num esquema de corrupção. O Padre Biasini era o tesoureiro da Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue. Quando as autoridades fizeram buscas ao escritório do padre, descobriram documentos que revelavam um número surpreendente: Biasini geria 57 contas; 13 delas abertas no Instituto para as Obras da Religião. Por essas 13 contas passaram milhões de euros que os investigadores acreditam ter sido usados para subornar altos funcionários italianos, incluindo membros do Governo, em troca da concessão de obras públicas. O processo judicial ainda decorre. O padre “Banco 24 Horas”, como lhe chamam vários envolvidos no caso, não é acusado.
2. Ettore Gotti Tedeschi, demitido em maio de 2012, em circunstâncias ainda não esclarecidas…
ENTENDA: Para entender Tedeschi e seu papel no Banco do Vaticano e neste imbróglio todo vocês têm que conhecer como os “negócios” funcionam na Itália. Sabe aquela história do filme O Poderoso Chefão? Pois bem, Tedeschi seria um bom personagem na trama. Além de ter sido executivo da Parmalat e do Banco Santander, Tedeschi é um dos fundadores da Finanziaria Akros, um grupo que gerencia cerca de 275.000 milhões de euros de duas centenas de empresas, entre elas gigantes como a própria Parmalat, a Ferrero e a FIAT. Católico, devoto e praticante, Tedeschi era amigo pessoal de dois influentes membros da Opus Dei, Gianmario Roveraro e Giuseppe Garofano. Foi com o apoio de Roveraro que fundou a Finanziaria Akros, mas logo perdeu o parceiro, pois Roveraro foi estranhamente assassinado em 2006. Católico, intelectual e engajado, foi professor de Estratégia Financeira para a Universidade Católica do Sagrado Coração. Foi sob a presidência de Tedeschi que a polícia italiana chegou ao conhecimento de um dos muitos escândalos financeiros, quando interceptou dois cheques da conta 800 do Banco do Vaticano debitados no banco Intesa Sanpaolo. O beneficiário era o empresário Diego Anemoni, citado no tópico acima. Só em 2009, desta conta foram sacados mais de 139 milhões de euros em dinheiro! Mais de meio milhão de euros por cada dia útil do ano de uma única conta! Para explicar o inexplicável, o Vaticano – já sob domínio de Bento XVI – justificou a enorme movimentação dizendo tratar-se de recursos “relacionados com países subdesenvolvidos onde as transacções em dinheiro (sempre com fins estritamente religiosos) estão largamente difundidas”. Para quem quiser aprofundar-se neste lamaçal, sugiro pesquisarem um pouco mais sobre uma coisa chamada “Óbulo de São Pedro“. Pode até perguntar para algum padre que você conheça que ele saberá muito bem o que é isso. Só lhes garanto uma coisa: As movimentações do Edir Macedo e Waldomiro Santiago são café-pequeno diante do que acontece no submundo do Vaticano. Aliás, Macedo e Santiago seriam meros “coroinhas” se lá trabalhassem.
3. Membro da Ordem de Malta…
ENTENDA: Este detalhe para mim foi bombástico! Tão bombástico que preciso digerir um pouco mais o seu significado para não cair na tentação de superdimensionar ou subestimar sua importância. Mas, para os adeptos de teorias conspiratórias e, principalmente, para quem vê Perigo Iluminati em tudo, sugiro que voltem seus olhos para esta Ordem. Na foto principal deste artigo destaquei o detalhe da Cruz de Malta nas vestes do Papa Bento XVI, isso porque o papa tem uma estreita ligação com a ordem. Fundada em Israel, na época das Cruzadas e no tempo em que Eretz Yisrael era chamada de Palestina, a Sovrano Militare Ordine Ospedaliero di San Giovanni di Gerusalemme di Rodi e di Malta ou, em português, Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, é uma instituição de arrepiar. Com tentáculos espalhados por todo mundo, por longos anos 90% dos seus recursos eram oriundos do Priorado Russo, justamente nos anos que precederam o surgimento dos Protocolos dos Sábios de Sião, um pseudo-documento antissemita que acusa os judeus de dominarem o mundo. Ingenuamente, muitos defensores da balela Iluminatis acreditam nesta falsa teoria e não atentam para particularidades do Vaticano e da Ordem de Malta que, curiosamente, é uma organização religiosa, mas têm características de um Estado soberano, incluindo um hino, relações diplomáticas com diversos países e, acreditem, tem assento com status de Estado Observador nas Nações Unidas.
4. O Porta-voz do Vaticano, o jesuíta Federico Lombardi… [disse que] o Papa não o conhece pessoalmente e não interveio nas eleições…
ENTENDA: Como é!? O cara é membro da Cruz de Malta; tem ligações com a Opus Dei; flana por todos os escaninhos empresariais-religiosos de Roma, da Itália e do Vaticano; é professor conceituado nas exclusivas universidades romanas; vai ser Presidente do Banco do Vaticano e vem o porta-voz dizer que o Papa não o conhece!? Bem, o porta-voz é… Jesuíta. Ah, está bom, então está explicado.
5. A nomeação de Von Freyber não agrada a toda a hierarquia da Igreja… Minimizando o que a imprensa tem chamado de “batalha interna” dentro do Vaticano…
ENTENDA: Com a palavra os leitores que sistematicamente vêm me agredindo nas redes sociais dizendo que vejo futrica em tudo. Pois é, o Vaticano é um mar-de-rosas e eu um “recalcado, preconceituoso e irresponsável”.
6. Nos últimos meses o Banco do Vaticano foi o centro de tensões na Santa Sé… Investigação judicial contra os dirigentes do Banco Vaticano por lavagem de dinheiro… O IOR tem um patrimônio estimado em 5 bilhões de euros… 34.000 contas correntes… Só podem trabalhar no banco os membros do clero, das ordens religiosas, os diplomatas e os assistentes do pontífice… Entre seus clientes figuram 1.660 bispos, 2.700 congregações, 2.000 diplomatas e 1.610 freiras…
ENTENDA: Em Maio do ano passado, procuradores italianos da brigada antimáfia pediram ao Banco do Vaticano que revelasse detalhes da conta de um padre chamado Ninni Treppiedi, responsável pela paróquia mais rica da Sicília. Além de estar envolvido em diversos crimes imobiliários, a polícia descobriu que pelas contas do Padre Ninni Treppiedi no Banco do Vaticano passaram quase 1 milhão de euros pertencentes ao mafioso Matteo Messina Denaro, um dos 10 criminosos mais procurados pelo FBI. Curiosamente o Vaticano vê sem escrúpulos a origem dos recursos que circulam nos seus cofres, tenham eles origem no Óbulo de São Pedro ou em depósitos de mafiosos, traficantes, políticos e empresários julgados em tribunais italianos ou de qualquer outro país. Quanto o dinheiro é depositado no Banco do Vaticano os religiosos que “emprestam” suas contas ficam com parte do montante branqueado, para eles mesmos ou para as suas instituições. Quando estourou o chamado Escândalo das Narcoesmolas no México, quando descobriu-se que o dinheiro que financiava obras católicas tinham origem no narcotráfico e estava banhado de sangue inocente, o bispo mexicano Dom Ramón Godínez, possível cliente do Banco do Vaticano, saiu-se com esta pérola: “Não nos toca a nós investigar a origem do dinheiro. Não é pelo fato da origem do dinheiro ser má que devemos queimá-lo. Temos é que transformá-lo em dinheiro bom. Já conheci casos em que ele até se purificou”.
7.O IOR avançou muito em pouco tempo, mas que ainda há muito trabalho a ser feito…
ENTENDA: Bento XVI também acha, mas quando viu onde estava se metendo, e não querendo morrer tão cedo, disse: Eu renuncio!
UM PADRE DENUNCIA OUTRA FORMA ESPÚRIA QUE O VATICANO USA PARA CAPITALIZAR-SE.
Observação: Trata-se de um padre católico apostólico romano e não um antipatizante de Roma!
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=715bepotJv8]
Não entendi o que você quis dizer com “Bem, o porta-voz é… Jesuíta. Ah, está bom, então está explicado.”
É Satanás sambando na cara do papa