DOIS DIAS DE HORROR NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Nos dias 29 e 30 de setembro de 1941 aconteceu o maior assassinato de judeus em um único lugar em toda a história da humanidade. Nas proximidades de Kiev, capital da Ucrânia, numa ravina chamada Babi Yar, as Einsatzgruppen nazistas fuzilaram 33.771 judeus, homens e mulheres, idosos e crianças. Foi o maior massacre deste tipo em toda a 2ª Guerra Mundial.
Mulheres judias pouco antes de serem assassinadas em Babi Yar
Durante a Segunda Guerra Mundial, nos países invadidos e ocupados pelas tropas nazistas de Adolf Hitler, as Einsatzgruppen der Sicherheitspolizei und des SD, ou “forças-tarefa” e “grupos de intervenção”, eram as unidades da polícia política mais temidas do III Reich. Uma das “tarefas” das Einsatzgruppen era organizar entre a população local indivíduos dispostos a perpetrar ou a participar do assassinatos em massa de judeus. Na Ucrânia o trabalho das Einsatzgruppen foi mais fácil, pois centenas de milhares de ucranianos colaboraram entusiasticamente com os nazistas.
Antes mesmo dos alemães implementarem os assassinatos sistemáticos de judeus, alguns milhares de ucranianos já realizavam sangrentas perseguições enquanto outros milhares tornaram-se guardas nos campos de extermínio. A ajuda da polícia ucraniana permitiu aos nazistas identificar e reunir os judeus para serem conduzidos a locais ermos onde eram brutalmente assassinados a tiros.
Poster antissemita e cartaz obrigando os judeus a se apresentarem na Ravina da Velha
A UCRÂNIA NOS DIAS ANTERIORES AO MASSACRE DE BABI YAR
A Ucrânia como um todo e sua capital, Kiev, em particular, não passaram incólumes ao clima de crescente antissemitismo que varreu parte da Europa nos anos 30 e 40 do Século passado. Muito antes dos alemães levarem a cabo o infame massacre de Babi Yar, já havia posteres demonizando os judeus espalhados por todo o país (figura 1).
Nos dias 27 e 28 de setembro, dois dias antes do massacre, os nazistas colocaram cartazes em russo e ucraniano por toda a cidade de Kiev, convocando os judeus para uma espécie de “reassentamento” (figura 2). Os cartazes diziam: “Ordena-se a todos os judeus residentes de Kiev e suas vizinhanças que compareçam à esquina das ruas Melnyk e Dokterivsky, às 8 horas da manhã de 2ª feira, 29 de setembro de 1941, portando documentos, dinheiro, roupas de baixo, etc. Aqueles que não comparecerem serão fuzilados. Aqueles que entrarem nas casas evacuadas por judeus e roubarem pertences destas casas serão fuzilados”. Mais de 30 mil judeus se apresentaram.
Soldado alemão observa Kiev no dia 19 de setembro de 1941, dez dias antes do massacre de Babi Yar.
Nos dias 29 e 30, véspera de Yom Kipur, os judeus foram levados a Babi Yar, uma ravina nos arredores da cidade, acreditando que seriam embarcados em trens para um reassentamento. A multidão de homens, mulheres e crianças era grande o bastante para que ninguém se desse conta do que estava para acontecer, a não ser tarde demais.
Soldados nazistas e cidadãos ucranianos perpetraram o massacre
O massacre foi realizado em dois dias, pela unidade C do Einsatzgruppen, apoiada por membros de um batalhão das Waffen-SS. Unidades da polícia ucraniana foram usadas para agrupar e conduzir os judeus até o local de fuzilamento.
O massacre atingiu tal grau de barbárie e foi tanto o sangue derramado que o escritor romeno Elie Wiesel fez o seguinte registro: “Testemunhas oculares disseram que, por meses após as mortes, o solo de Babi Yar continuava a esguichar guêiseres de sangue”.
Anna Glinberg, Malvina e Polina Babat e Velvele Valentin Pinkert, crianças mortas em Babi Yar.
KIEV COLHE OS FRUTOS DA BARBÁRIE
Em 1961, uma forte chuva destruiu a barragem que abastecia a cidade de Kiev. Uma torrente de água, argila e lama escorreu pelas ruas da capital da Ucrânia. Em meios à lama vieram milhares de restos de ossos humanos. Vinte anos depois era os mortos de Babi Yar clamavam por justiça.
A enxurrada provocou vários incêndios, destruiu uma garagem e, ao atingir a estação de bondes, virou os vagões, enterrando vivos todos os que estavam na estação e a bordo dos bondes. Nessa noite, enquanto os soldados estavam ocupados escavando em busca dos mortos e procurando sobreviventes na lama, uma segunda onda de argila líquida vinda de Babi Yar, causou mais estragos e morte.
Babi, em ucraniano, tem o sentido de “velha senhora”, e Yar, em turco, é “ravina”, ou “barranco”. O massacre ocorreu na “Ravina da Velha Senhora”.
Emblematicamente, alguns dias depois da tragédia das chuvas de 1961, quando um bonde passou pelo local do desastre, uma velha senhora ucraniana começou a gritar: “Foram os judeus que fizeram isso. Estão se vingando de nós”.
Judeus mortos não se vingam, mas a vingança e a justiça não serão esquecidas pelo Deus dos judeus.
Ucranianos torturam judeu junto a um busto de Lênin
ANDS | MORASHA
Deus de abraao isac jaco
tenha piedade de nos,pelos
nossos pecados para com os nossos irmaos
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