
O presidente do gabinete político do Hamas, mentor mor do massacre de 7 de Outubro de 2023, foi eliminado ma manhã desta quarta-feira, 31, no Irã..
Ismail Haniyeh e um de seus guarda-costas foram mortos por um míssil que atingiu a casa onde ambos se encontravam em Teerã. O facínora nem se deu conta da morte, pois estava dormindo, uma vez que o ataque aconteceu às 2 horas da madrugada, hora local (19H30 do Brasil). Uma fonte iraniana disse à rede libanesa Al-Mayadeen, que é afiliada ao Hezbollah, que o ataque “foi realizado por meio de um míssil lançado de país para país, não de dentro do Irã”.
O líder do Hamas estava no Irã para a posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian.
As redes sociais do Hamas afirmaram que seu líder foi morto em um “traiçoeiro ataque sionista”. O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica Iraniana (EGRI) também confirmou a morte de Haniyeh em uma declaração publicada pela imprensa estatal da República Islâmica. O Gabinete de Benjamin Netanyahu ainda não fez nenhum pronunciamento sobre a morte de Haniyeh, morte esta que ocorreu algumas horas após Israel ter neutralizado um alto funcionário do Hezbollah, Fuad Shukar, no coração de Beirute. Este ataque foi reconhecido pelos militares israelenses.
Apesar das instruções do Gabinete do Primeiro-Ministro israelense para que os ministros evitassem fazer declarações públicas sobre o ataque ao Irã, alguns o fizeram mesmo assim.
O Ministro do Patrimônio Israelense Amihai Eliyahu usou o X (antigo Twitter) para dizer que “esta é a maneira certa de limpar o mundo desta sujeira. Chega de acordos imaginários de ‘paz’/rendição, chega de misericórdia. A mão de ferro que os atingirá é a que trará paz, conforto, e fortalecerá nossa capacidade de viver em paz com aqueles que desejam a paz. A morte de Haniyeh torna o mundo um pouco melhor”.
O Ministro dos Assuntos da Diáspora, Amichai Chikli, também usou o X. Ele postou um vídeo (podem ver este vídeo clicando aqui) onde Haniyeh aparece cantando “Morte a Israel”, seguido do comentário: “Cuidado com aquilo que você deseja!”
No início da semana, Ismail Haniyeh foi recebido, com honras, pelo líder supremo do Irã, Ali Khamenei.
Ismail Haniyeh evitava sair da fortaleza onde se encontrava há anos, um hotel de super luxo de Doha, capital do Qatar. Ele era um dos membros mais antigos do Hamas, junto com o líder do grupo terrorista em Gaza, Yahya Sinwar, que também está na mira do Mossada há vários anos.
O líder da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, disse que a eliminação de Haniyeh foi “um ato covarde e um acontecimento perigoso”. O oficial da AP, Hussein al-Sheikh, também se posicionou dizendo: “Encaramos isso como um ato covarde que nos convoca a permanecer firmes diante da ocupação, e precisamos alcançar a unidade das forças e facções palestinas”.
O alto funcionário do Hamas, Mousa Abu Marzouk, também chamou isso de um “ato covarde” que “não passará despercebido”, enquanto o porta-voz do grupo terrorista, Sami Abu Zuhri, disse à Reuters que foi “uma escalada perigosa que não atingirá seus objetivos”.
Muhammad al-Hindi, vice-secretário-geral da Jihad Islâmica, chamou a eliminação de Haniyeh de “uma grande perda para o povo palestino (sic)”, acrescentando que “o Hamas é um grande movimento e preencherá qualquer vazio”.
O grupo terrorista Houthis, braço armado do Irã no Iêmen, declarou que o ataque foi “um crime terrorista e uma violação flagrante”.
O New York Times informou na manhã desta quarta que o Irã estava realizando uma reunião de emergência do Conselho Supremo de Segurança Nacional na residência do Líder Supremo, com a participação do comandante da Força Quds, Esmail Ghaani, reunião esta que pretende delimitar quais será a resposta pela ação que matou Haniyeh.
Uma fonte iraniana disse à Reuters que os “órgãos de segurança” decidirão sobre “nossa estratégia de resposta” à eliminação.
Vladimir Putin, sem nenhuma surpresa, também condenou a ação que eliminou o líder do Hamas. Uma fonte do gabinete de Putin disse que a ação se tratava de “um assassinato político inaceitável”.
Recep Erdoğan, presidente da Turquia, disse que o “ataque tinha a intenção de expandir o escopo da guerra em Gaza para uma [guerra] regional”. Nos últimos dias, a Turquia tem subido o tom, propondo, inclusive, uma invasão de Israel pelo Exército Turco.
A Casa Branca disse que estava ciente da eliminação, sem fazer mais comentários, enquanto o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que se encontra nas Filipinas, disse que uma guerra mais ampla não era inevitável e que os EUA defenderá Israel se este for atacado.
O eliminação de Ismail Haniyeh ocorreu no momento em que uma delegação dos EUA, liderada por Brett McGurk, o principal conselheiro da Casa Branca para o Oriente Médio, se encontra na Arábia Saudita para discutir a situação no Iêmen e a recente escalada da animosidade entre Israel e os Houthis.
O deputado republicano Mike Waltz afirmou que “Haniyeh era a face terrorista do Hamas. O sujeito que se misturava com os aiatolás e mantinha a corte em hotéis de luxo no Catar e na Turquia”. Waltz disse ainda que Haniyeh “desviou bilhões de dólares do contrabando de mercadorias para Gaza enquanto o povo sofria na pobreza”. E concluiu: “Nem mesmo a Guarda Revolucionária Iraniana conseguiu protegê-lo.”
Além de deputado, Mike Waltz é um Boina Verde, e continua na ativa, como Coronel na Guarda Nacional do Exército dos EUA.
Nos EUA, o principal aliado de Israel, a declaração mais dura partiu de Ritchie Torres, um representante da comunidade afro-americana, deputado pelo Partido Republicano: “O líder do Hamas foi levado perante à justiça. Permanentemente!”, afirmou Torres, que foi eleito por Nova York. “Um lugar especial no inferno está reservado para ele. O dia não está sendo nada bom para o Hamas e para o Hezbollah, com as suas lideranças mortas”, concluiu o congressista.
O próximo passo será eliminar Yehya Al-Sinwar, o cruel líder do Hamas na Faixa de Gaza. E lá para os lados da sede do Mossad já se pode ouvir: “Ô Sinwar, pode esperar, a sua hora vai chegar!”
ANDS | THE JEWISH CHRONICLE