FACEBOOK AJUDA ARQUEÓLOGOS A DESVENDAR MISTÉRIO
Há seis meses, um trabalhador da manutenção do cemitério de Jerusalém encontrou algo brilhando nas proximidades de um túmulo. Como é natural acontecer nesses casos, o trabalhador logo informou as autoridades sobre o achado.
Num primeiro momento, o objeto passou por um scanner, uma vez que seu formato assemelhava-se a um artefacto explosivo, mas nada de perigoso foi encontrado no seu interior.
Intrigados, enviaram o objeto para a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) onde os arqueólogos, por sua vez, ficaram mais intrigados ainda.
“Para dizer a verdade, eu nunca tinha visto nada parecido antes”, disse Amir Ganor, chefe da unidade de prevenção a roubo da AAI.
Por seis meses o objeto permaneceu no depósito da AAI aguardando a devida catalogação, enquanto os arqueólogos trocavam e-mails com outros arqueólogos tentando desvendar o mistério.
“Os cemitérios são importantes sítios arqueológicos, onde já foram encontrados objetos dos períodos romano, bizantino ou do tempo das Cruzadas”, explicou Ganor, acrescentando que aquele objeto em especial desafiava todo o conhecimento que eles tinham.
Depois de certificados de que não se tratava de um explosivo, notaram que o objeto era revestido por uma camada de ouro. Levaram a um joalheiro que atestou tratava-se de ouro de excelente qualidade e 24 quilates. O interior era de metal sólido.
“Entre nós, brincamos que o objeto poderia ter caído de uma nave alienígena”, confidenciou Ganor rindo. Mas, como cientistas são céticos resolveram apelar para uma inovadora fonte de pesquisa: o Crowdsourcing.
Fruto desses novos e intrigantes tempos, o “crowdsourcing” é uma palavra que nasceu para o universo das redes sociais.
Crowdsourcing nada mais é do que a fusão das palavras inglesas crowd (multidão) e outsourcing (terceirização). Trata-se de um termo que surgiu há apenas 5 anos e significa, basicamente, “processo de obtenção de serviços, ideias ou conteúdo mediante a solicitação de contribuições de um grande grupo de pessoas e, especialmente, de uma comunidade online”.
Resumindo: Quando você não sabe o que significa um termo, um comportamento de outra cultura ou não conhece um determinado objeto, você posta nas redes sociais e espera a resposta.
Para obter a resposta correta basta cruzar todas as informações obtidas pelo crowdsourcing e encontrar a mais sensata.
Em poucas horas a página da AAI foi inundada com as mais diversas especulações: Instrumento para inseminação artificial de gado, rolo para massas, peça de alguma máquina industrial, relógio, objeto de massagem ou, uma vez que estamos falando de Israel, algum objeto desconhecido de adoração.
Finalmente, foi um italiano chamado Micah Barak que resolveu rapidamente o mistério: O objeto é produzido em série por uma empresa alemã e chama-se Isis Beamer. E como pode ser comprado pela Internet por modestos 360 Euros, devem existir centenas deles por aí.
Não foi nem foi preciso “escavar” um “sítio arqueológico” para confirmar a veracidade da informação de Micah Barak, bastou acessar o “sítio virtual” da empresa e o mistério estava resolvido!
Embora tenha um nome assustador para os dias de hoje, o ISIS Beamer não tem nada terrorista e trata-se de um objeto esotérico, utilizado por naturopatas e pessoas que lidam com a energia da cura visando “proporcionar proteção e energia” (sic).
O fato de ter o nome de Isis, uma deusa egípcia, tem tanta importância para a arqueologia quanto o lugar que foi encontrado, ou seja, NENHUMA! Afinal de contas, quem compra este objeto acredita que ele tenha sido inspirado na deusa egípcia que, segundo a mitologia, era a deusa da medicina, da magia e da natureza.
Como os arqueólogos não descobriram logo do que se tratava, certo está que não tem nenhuma base credível de que se trata de algo ligado à Isis. E como foi encontrado num cemitério, tudo leva a crer que o seu dono não foi beneficiado pelos fluídos positivos prometidos pela empresa que o fabrica.
De certo mesmo, fica a certeza de que o Facebook é mais poderoso que Isis.
KKKKKK…Nem tudo a as mentes brilhantes dos cientistas conseguem descobrir. A resposta não estava no passado nem embaixo da terra, mas no Facebook. Essa foi muito boa!