INTERNET CHEGA A 2 BILHÕES DE UTILIZADORES E PREOCUPA
– Impressiona a forma como os jovens acreditam em quase tudo o que circula na rede. E o modo como compartilham as bobagens que recebem é ainda mais preocupante.
UMA PREOCUPAÇÃO JUSTIFICÁVEL
A Comissão Europeia lançou em 1999 o programa Safer Internet e logo depois o Dia Europeu da Internet Segura. A iniciativa despoletou uma série de projetos semelhantes em todo o mundo. As preocupações europeias não são muito diferentes daquelas expressadas pelos organismos homólogos que surgiram por todo o mundo: “Garantir que todos, e em particular as famílias, disponham de instrumentos para protecção de riscos que possam ocorrer no uso da Internet e tenham informações sobre como os utilizar”.
Grande parte destas preocupações estão voltadas para os riscos físicos que cercam as crianças, sendo a pedofilia o maior dos vilões. Ultimamente, entretanto outro fantasma começou a pairar sobre a rede internacional de computadores, tendo agora os jovens e adolescentes na alça de mira. Trata-se do cruel e viral ciberbullying.
Como a cada ano os números da Internet crescem exponencialmente, ações voltadas para a segurança deste monstro virtual são mais do que bem vindas. Mas, qual é a “cara” deste monstro, qual é seu tamanho, sua abrangência?
A INTERNET EM NÚMEROS
Em Dezembro de 2010 havia 255 milhões de web-sites na rede, um ano depois o número já saltara para 555 milhões. Um acréscimo de 300 milhões de novos sites em apenas um ano!
Este incrível leque de opções está disponível aos 2 bilhões de utilizadores registrados até janeiro deste ano, sendo que o país com o maior número de pessoas online é a China, que tem 485 milhões de internautas. Por continente – e em milhões – a Ásia tem 922, a Europa 476, a América do Norte 271, a América Latina e o Caribe 215, a África 118, o Oriente Médio 68 e a Oceania e a Austrália fecham o quadro com 21 milhões de utilizadores.
O Facebook atingiu 800 milhões de usuários em Janeiro enquanto que o Twitter tem hoje 225 milhões de seguidores. No Youtube são feitas 48 horas de up-loads por minuto, ou seja, dois dias inteiros de gravações postados em um único minuto. Trata-se de 1 bilhão de vídeos por mês que resultam em 2 bilhões de horas de gravações de todo o tipo de tema, assunto ou gosto.
Os números realmente impressionam, o que justifica plenamente a preocupação das autoridades em lidar com a segurança de tão intrincada rede. Mas, há algo muito mais emblemático a circular pela Internet e que não tem recebido a devida atenção, a não ser de poucos e quixotescos autores de blogs: a disseminação da mentira.
Especialistas dizem que a forma mais eficaz de espalhar um boato virtual não são as redes sociais, os blogs ou sites, mas sim o e-mail. E para isso a rede dispõe de 3 bilhões de contas onde circulam em média 112 correspondências por usuário/dia. 71% destes e-mails são correspondêncas não solicitadas, os famosos Spams, e é aí que residem a parte mais perniciosa das mentiras virtuais, os hoaxes.
Um Hoax – “embuste” em tradução livre – é uma mentira compartilhada como se fosse verdade e que se espalha de forma viral por todos os tipos de meios virtuais. Uma das maiores vítimas destes boatos tem sido o Estado de Israel e o povo judeu. Se no passado uma tipografia, um farsa bem engendrada e muito antisemitismo resultou no maior clássico da mentira, os Protocolos dos Sábios de Sião, nos dias de hoje a sofisticação dos meios de comunicação permite estragos muito maiores. Os defensores do Czar Nicolau II, da Prússia, prováveis responsáveis pelos tais Protocolos, levavam décadas para atingir o que os antissemitas virtuais de hoje fazem com apenas um clique.
Se levarmos em consideração que 45% dos atuais usuários da Internet têm menos de 25 anos, estamos diante de uma bomba-relógio que explodirá a qualquer momento. A forma como os jovens acreditam em quase tudo o que circula na rede é impressionente. E o modo como compartilham as bobagens que recebem é ainda mais preocupante.
Neste dia em que o mundo reflete sobre a importância da Segurança na Internet, seria bom pensarmos uma forma de se criar mecanismos de conscientização que levem os jovens a desconfiar das informações que recebem ao mesmo tempo que sejam estimulados a desenvolver meios de pesquisas para compreender o que se esconde por detrás dos venenosos hoaxes.
Um texto brilhante. Agora o desafio é como criar tal mecanismo de conscientização para um público tão superficial como os jovens modernos.
Olá Antônio,
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O Mecanismo de conscientização já existe. Chama-se estudo da Torah, especialmente o estudo da Parashá da Semana.
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Se as pessoas tivessem tal hábito, o problema do Spam já teria sido resolvido antes mesmo de começar porque as Parashás ensinam que disseminar notícias sem fundamento ou mesmo dar ouvido a elas é uma forma nociva de Lashon Hará, um pecado pior que o homicídio, o adultério ou o incesto!
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O problema do mundo hoje não é a falta de técnica, nem a de conhecimento. É a falta de caráter, a falta de vergonha na cara, a falta de moral, enfim: a falta de humanidade.
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Apesar de haver 7 bilhões de homo sapiens andando pelo planeta, a maioria não merece ser chamada de humana, pois humanos tem consciência do que são e do que fazem. Infelizmente, a maioria tem menos consciência que um gato doméstico. Pelo menos o gato enterra as próprias fezes, já as pessoas…
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Um dos caminhos mais seguros e constantes para conscientização humana em todas as áreas é o estudo semanal da Torah. E por falar nisso, já plantei a minha árvore hoje.
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Feliz Tu B’shevat a todos!
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Atenciosamente,
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Sebastião Marques
Olá Sebastião, creio que não me fiz entender. Eu me refiro ao mecanismo que possa despertar os “jovens modernos” a ler, estudar, pensar, seja a Bíblia Sagrada, ou bons livros, aprender a separar o joio do trigo. É este mecanismo que me refiro.
Este é de fato um grande desafio, Antonio. O cantor e compositor Roberto Carlos escreveu: “E como vou saber o que eu devo fazer? Será que tudo o que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda?” Pois é, embora seja uma dura e árdua tarefa, o nosso desafio é mostrar aos mais jovens que por trás do hedonismo moram as consequências. Aquilo que é ilegal, financia o crime organizado. Aquilo que é imoral, descamba para desvios de conduta. Aquilo que engorda, acaba por prejudicar a saúde… Mas, como na “fase inicial” isso tudo é muito atraente, só mesmo o tempo ensinará os incautos e dará razão aos resilientes. A resposta, portanto, está no tempo.
Do ponto de vista concreto, ou seja, o que fazer mesmo, creio que este é um trabalho de formiguinha. Comece com pequenos gestos, pequenas atitudes. Por exemplo, passe a postar apenas coisas boas no Facebook, contrapondo-se à enxurrada de besteiras que rola por lá. É pouco? Claro, mas já é alguma coisa. Aproveite também para compartilhe mensagens boas, sugira sites e blogs legais. Pode ser que isso não venha causar uma revolução, mas pelo menos salvará alguns da débâcle.
Muito bom, Marques. Também acho as parashiot fundamentais. Pena que as pessoas não sabem o quão saudável é a leitura sistemática da Torah. Tenho o hábito de fazê-lo com meus filhos e esposa, não só as parashiot como as haftarot, e isto tem sido uma bênção para o nosso lar. E também plantei a minha árvore. O ano passado uma oliveira, este um pinheiro.
Extremamente relevante esse texto. Nossa geração está perdida em meio a tantas informações ridículas e desnecessárias…
Parabéns pelo texto. Espero que muitos sejam despertados através das suas sábias palavras.
Des de que não sirva de justificativa para censurar a verdade e promover a mentira será como e de custume nós sabemos que os governos do mundo não são na sua maioria não contra Israel e usarião está boa justificativa para censurar quem apoiá Israel pençe bem se não seria assim