A ONU afirma que Israel usa “força excessiva” contra Gaza enquanto o governo brasileiro acusa os judeus de atuarem de forma “desproporcional” no conflito. Acontece que desde 8 de julho, quando Israel lançou a operação defensiva Margem Protetora, MAIS DE 2.000 ROCKETS foram disparados de Gaza contra o território judeu. Destes, apenas 3 atingiram alvos potencialmente mortíferos e os demais caíram no deserto ou foram neutralizados pelo sistema de defesa Iron Dome. Isso é desproporcionalidade ou ineficiência do inimigo?
Flagrante do momento em que 5 rockets são lançados de uma mesma base em Gaza: lançamentos às cegas
AFINAL DE CONTAS, ISRAEL USA FORÇA DESPROPORCIONAL E EXCESSIVA?
A chuva de rockets, lançados pelo grupo terrorista Hamas e por outros grupos islâmicos, deixou, até agora, três civis mortos – dois israelenses e um imigrante tailandês.
A cada lançamento de um rocket, o exército de Israel localiza a base de lançamento e a destrói. Este é um procedimento defensivo em qualquer batalha acontecida ao longo da história da humanidade. Detectar o local do lançamento e anulá-lo é a regra. É assim que são feitas as batalhas. E é por essa razão que qualquer regime que esteja em guerra procura dispor suas artilharias em áreas distante das populações civis, para que não haja baixa desnecessárias entre elas.
Esta é a lógica da guerra. Sim, a guerra não só tem lógica como tem regras, regras estas que são disciplinadas pelas Convenções de Genebra. As Convenções de Genebra e seus Protocolos Adicionais são a essência do Direito Internacional Humanitário (DIH), o conjunto de leis que rege a conduta dos conflitos armados e busca limitar seus efeitos. Eles protegem especificamente as pessoas que não participam dos conflitos (civis, profissionais de saúde e de socorro) e os que não mais participam das hostilidades (soldados feridos, doentes, náufragos e prisioneiros de guerra). Quando há excessos num conflito estes são analisados pelo Tribunal Internacional de Justiça e se necessário, levados a julgamento na Corte Penal Internacional.
O Estado de Israel e suas forças armadas, as Forças de Defesa de Israel, IDF na sigla em inglês, defende seu pais e seus cidadãos com uma arma numa mão e as Convenções de Genebra na outra. Israel sabe que ao menor deslize estará sobre crivos implacáveis dos inimigos, por isso, mais do que qualquer outra nação do mundo, Israel não pode falhar nos seus procedimentos militares.
Acontece que a recíproca não é a mesma. Seus inimigos travam combates de guerrilha, onde não há regras nem leis, e quando sentem-se ameaçados recorrem às cortes internacionais. Fica difícil defender-se assim.
Jogar simplesmente com os números não é a forma mais correta de analisar procedimentos de guerra. Seria o mesmo que criticar o Real Madrid por vencer o Ibis Sport Club por 35 a Zero, se aquele que é considerado o pior time do futebol do mundo desafiasse o atual campeão europeu. Se o Ibis resolver desafiar o Real deve estar preparado para as consequências. Marcar 35 e não sofrer nenhum gol não é maldade do Real, mas sim incompetência do Ibis.
Agora, imagine se além de provocar o Real Madrid, o Ibis resolvesse colocar em campo um jogador violento, que tivesse como objetivo único aleijar Cristiano Ronaldo, o jogador mais caro do planeta? E vamos imaginar ainda que o árbitro da partida fosse um torcedor ferrenho do Barcelona, arquirrival do Real, e não desse a mínima para a violência que estivesse sendo cometida contra o camisa 7 do Real? Estaria disposto o clube madrilenho a colocar em risco sua joia mais preciosa? Duvido!
É evidente que as escaramuças de Gaza não são comparáveis com uma partida de futebol, mas que dá para traçarmos alguns paralelos, dá. Se Israel fosse o Real e os palestinos o Ibis, o povo de Israel seria o Cristiano Ronaldo. E não tenham dúvidas de que Israel tudo fará para defender a “sua joia”, o seu povo. Se o Real Madrid viesse a perder o Cristiano Ronaldo por causa de uma série de ataques violentos de um timinho de quinta categoria, seria um desastre! Mesmo que conseguisse, também, acabar com a carreira de Nininho, o glorioso atacante do time de Pernambuco. Se o Nininho sair, eles a um bar e convocam outro para jogar no seu lugar. Cristiano Ronaldo, para o Real de hoje, é insubstituível. Se mil terroristas palestinos forem para o espaço, eles recrutarão mais mil para o seu lugar, mas quando um único israelense morre, a perda é irreparável. Não que a vida de um judeu valha mais que a de um palestino, acontece que os judeus dão mais valor a vida dos seus filhos do que os palestinos dão aos seus.
Segundo a agência de notícias BBC, o contraste entre o alto número de rockets lançados contra Israel e o baixo número de vítimas tem três razões que explicam bem a lógica acima: a preparação da população em Israel, treinada a lidar com uma rede de abrigos, alarmes e exercícios de simulação; a ineficácia das armas dos terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica; e a eficiência do escudo antimísseis israelita, conhecido como Iron Dome (Cúpula de Ferro).
Cinco anos depois da primeira Guerra do Golfo, durante a qual o então presidente do Iraque, Saddam Hussein, lançou mísseis Scud sobre Israel, os líderes israelenses resolveram acelerar o desenvolvimento deste sistema.
No início de 2010, o Cúpula de Ferro tinha passado com sucesso em testes realizados pelo Exército de israel, em que foram usados rockets Qassam, rockets Grad e morteiros. Em abril de 2011, o sistema foi usado em combate pela primeira vez, quando derrubou um míssil lançado contra a cidade de Beersheba, no sul do país. O sistema pode intercetar rockets lançados a distâncias de 4 a 70 quilômetros e destruí-los antes que atinjam o alvo.
O ARSENAL PALESTINO
O Hamas e os demais grupos terroristas que atuam na Faixa de Gaza acumularam um arsenal de foguetes básico que, com o passar do tempo, têm aumentado o seu raio de ação.
Nenhum deles é particularmente sofisticado e a maioria foi projetada com tecnologia da era soviética.
Alguns foguetes foram contrabandeados por túneis na península do Sinai e outros foram feitos em oficinas na Faixa de Gaza, embora muitos ainda possuam peças-chave que dependem de componentes do Irã ou da Síria, importados clandestinamente.
Os sistemas de menor alcance incluem morteiros pesados e rockets Qassam e Grad, que atingem até 48 km e 17 km, respectivamente. Estes foguetes ameaçam vilas e cidades no sul de Israel, como Sderot, Ashkelon, Beersheba e o porto de Ashdod.
Os palestinos também possuem mísseis de grande alcance, como os Fajer-5, também conhecidos como M75. Estes podem voar a até 75 quilômetros, ameaçando centros populosos, como Tel Aviv e a capital, Jerusalém.
Mas o uso do Fajer-5 implica sérios problemas práticos, pois além de serem pesados e grandes – podendo chegar a seis metros de altura -, requerem manutenção mecânica e precisam ser pré-posicionados para o lançamento, o que faz com que os drones israelenses os detecte antes mesmo de serem lançados.
VEJA VÍDEO DAS FDI INTERCEPTANDO MÍSSEIS DESTINADOS À GAZA