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Arqueologia prova a existência de Gideão

Arqueólogos encontraram uma inscrição de 3.000 anos que traz o nome de um dos juízes de Israel. A inscrição apresenta o nome “Jerubbaal”, um líder judeu do Livro dos Juízes também conhecido como Gideão. A inscrição data de cerca de 1.100 a.C.

A importante peça arqueológica foi descoberta nas escavações em Khirbat er-Ra’i, perto de Kiryat Gat, no Distrito Sul de Israel, anunciou a Autoridade de Antiguidades de Israel nesta segunda-feira, 12 de julho.

Os pesquisadores destacaram que, embora não haja certeza se a inscrição se refere à figura mencionada no Livro dos Juízes, essa descoberta oferece importantes insights sobre a conexão entre o texto bíblico e a realidade histórica, informou o Jerusalem Post.

Inscrições desse período – século 12 a 11 aC – são extremamente raras. Toda a datação foi realizada através da tipologia de cerâmica e radiocarbono de amostras orgânicas encontradas na mesma camada arqueológica.

A inscrição, feita com tinta em um jarro, se torna desde já uma importante descoberta arqueológica, pois esta é a primeira vez que o nome de Gideão é encontrado fora dos relatos bíblico. Desta forma, temos aqui mais um caso onde a arqueologia, cientificamente, comprova a existência de um personagem bíblico, credibilizando ainda mais o livro sagrado do povo judeu.

“O nome Jerubbaal é conhecido pelos relatos bíblico do Livro dos Juízes como um nome alternativo para o juiz Gideon ben Yoash”, afirmou o Prof. Yosef Garfinkel e o arqueólogo Sa’ar Ganor, cientistas ligados à Universidade Hebraica de Jerusalém, responsáveis pela descoberta.

“Gideão é mencionado pela primeira vez como combatendo a idolatria, quebrando o altar de Baal e cortando o poste de Asherah”, explicaram. “Na tradição bíblica (sic), ele é então lembrado como o comandante do triunfo dos israelitas sobre os midianitas, que costumavam cruzar o Jordão para saquear as lavouras judaicas. De acordo com [os relatos] da Bíblia, Gideão organizou um pequeno exército de 300 soldados e atacou os midianitas perto de Ma’ayan Harod.”

O registro bíblico que define Jerubaal como Gideão se encontra em Juízes 7.1: “Então Jerubaal (que é Gideão) se levantou de madrugada, e todo o povo que com ele havia, e se acamparam junto à fonte de Harode, de maneira que tinha o arraial dos midianitas para o norte, no vale, perto do outeiro de Moré.”

O sítio arqueológico de Khirbat er-Ra’I é escavado desde 2015. Segundo Garfinkel, o local já era conhecido pelo levantamento feito por arqueólogos britânicos no século XIX.

A equipe decidiu renovar as escavações porque na superfície do local encontraram cerâmica muito semelhante aos artefatos descobertos em Khirbet Qeiyafa, uma antiga cidade fortificada da época do Rei Davi – por volta do século 10 a.C.

“Achamos que poderíamos encontrar outra fortaleza, mas em vez disso, encontramos apenas seis quartos que datam daquele período, então parece que naquele momento poderia ter sido apenas uma pequena vila”, afirmou Garfinkel.

Com base nos achados arqueológicos, incluindo a arquitetura e a cerâmica, chega-se à conclusão que Khirbat er-Ra’I era principalmente um sítio cananeu, mas com uma forte influência filistéia.

“Acredito que o local era em sua maioria habitado por refugiados cananeus, que passaram a viver sob a hegemonia dos filisteus”, concluiu o arqueólogo.

A inscrição, decifrada pelo especialista epigráfico Christopher Rolston, da George Washington University, traz cinco letras: yod (quebrada no topo), resh, aposta, ayin e lamed.

O fato de a afiliação cultural do local não ser israelita não exclui que a inscrição se referisse ao Jerubaal mencionado na Bíblia. Os pesquisadores enfatizaram que não pode haver certeza em uma direção ou em outra. Mas, mesmo que o nome realmente se refira a outro Jerubbaal, o artefato ainda lança uma luz importante sobre a conexão entre o texto bíblico e o período que ele descreve.

ANDS | JPOST

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