QUANDO O ANTISSEMITISMO ENTRA EM CAMPO
Torcedores da Società Sportiva Lazio tentaram profanar uma foto histórica de Anne Frank, mas a atitude teve uma reação completamente oposta. A jovem judia, autora do diário mais famoso do mundo, é hoje a imagem mais defendida e admirada em boa parte da Europa.
ULTRAS é o nome de um grupo internacional de torcedores de futebol que se encontram espalhados por diversos países do mundo. Embora independentes, agem sob as mesmas inspirações e contam, muitas vezes, com conexões internacionais entre si. Os ULTRAS são torcidas uniformizadas compostas por adeptos com histórico de violência, vandalismo e, muitas vezes, por uma frontal postura antissemita.
E este antissemitismo aflorou no último final de semana através de uma atitude provocadora dos membros da torcida organizada OS IRRIDUCIBILI, formada por torcedores da Lazio, uma dos times mais tradicionais da Itália.
Poucas horas antes do jogo Lazio X Roma, alguns ultras dos Irriducibili, afixaram dezenas de imagens grosseiramente montadas através de algum programa gráfico, onde a conhecidíssima imagem de Anne Frank, um dos símbolos da perseguição aos judeus, aparecia usando a camisa do time adversário. Anne Frank foi uma jovem judia alemã assassinada durante a Segunda Guerra Mundial no campo de extermínio de Bergen-Belsen.
Anne Frank nunca esteve na Itália, nunca foi torcedora da Roma e isso não era uma homenagem, mas sim uma provocação. Os Irriducibili, conhecidos por fazerem saudações nazistas durante os jogos, gostam de provocar seus adversários com ataques antissemitas. Há alguns anos eles estenderam uma faixa na arquibancada com frase: “Auschwitz é seu país; os fornos são suas casas.” (imagem abaixo)
Assim que as imagens de Anne Frank vestida com o uniforme do Roma começaram a circular nas redes sociais, uma onda de indignação tomou conta de toda a Itália e está agora a repercutir em outros países europeus.
O presidente da República italiana, Sergio Mattarella, classificou a atitude como “um ato desumano” e os responsáveis pela comunicação social da Lazio, um time que tem um histórico de racismo e de ligações à extrema-direita, foram obrigados a reagir, mostrando repúdio.
Um grupo de representantes da Lazio, incluindo dirigentes e jogadores, levou flores à Sinagoga de Roma e nesta quarta-feira, na deslocação a Bolonha em jogo da 10.ª jornada da Serie A, os atletas da equipe romana entraram em campo com uma fotografia de Anne Frank estampada na camisa.
Claudio Lotito, presidente da Lazio, preocupado com a imagem arranhada do seu time, anunciou que o clube pagará uma viagem a 200 torcedores ao antigo campo de extermínio de Auschwitz para manter viva a memória da Shoah, o massacre de judeus popularmente conhecido como Holocausto. “Queremos, uma vez mais, reafirmar a nossa posição com um gesto claro e inequívoco: ninguém pode usar a Lazio. A maioria dos nossos seguidores está ao nosso lado, contra o antissemitismo”, disse o presidente.
Em declarações ao jornal espanhol El País, Arturo Diaconale, diretor de comunicação da Lazio, procurou isolar o seu clube dos membros dos Irriducibili, afirmando que condenam o episódio e que o seu clube mantem uma linha de intolerância contra o racismo.
Jogadores e torcedores da Juventus e da Spal fazem homenagem à memória de Anne Frank
Jogadores e torcedores do Napoli e do Gênova fazem homenagem à memória de Anne Frank
Na última rodada do Campeonato Italianos, as partidas começaram com uma manifestação de repúdio ao que aconteceu no último final de semana. Diversas equipes fizeram uma homenagem semelhante àquelas observadas com um minuto de silêncio, com os jogadores abraçados no centro do campo.
O público foi normal em todos os jogos, menos no jogo da Lazio contra o Bologna, pois ao saberem da homenagem, os torcedores, membros da ULTRAS, boicotaram a partida.
O clube organizou, mas torcedores ultras da Lazio boicotaram homenagem a Anne Frank.
OS ULTRAS NO BRASIL
Os ULTRAS encontram-se espalhados entre torcedores de diversos clubes de futebol do mundo. No Brasil há pelo menos 16 times que tem ULTRAS entre as suas torcidas uniformizadas. Os mais conhecidos são o Grêmio de Porto Alegre; o Sport do Recife; o Atlético Paranaense de Curitiba e o Goiás de Goiânia.
No estado de São Paulo há ULTRAS entre os torcedores da Portuguesa, da Ponte Preta, do Santos e do Corinthians.
No Ceará, a o Ferroviário Atlético Clube conta com uma torcida chamada Ultras Resistência Coral, que também faz parte deste malfadado grupo.
Torcedores Ultras italianos fazendo a saudação nazista
IDENTIFICADOS
Nesta sexta-feira, a polícia italiana identificou 20 torcedores que participaram da distribuição das imagens provocatórias no domingo. Os antissemitas foram identificados através de imagens de vídeo.
De acordo com a Polícia de Roma, 13 dos torcedores já eram investigados por atos de discriminação racial e por “colocar material antissemita com conteúdo ofensivo que poderia incitar o ódio racial”.
As autoridades referiram ainda que estes 13 torcedores da Lazio foram proibidos de participar de qualquer evento esportivo em toda a Itália, 12 deles por cinco anos e um por oito anos, pois trata-se de um reincidente.
ANDS | OBSERVADOR | PÚBLICO
o quarto reich esta ai
so nao enxerga quem nao quer
financiado pelo petroleo e ouro roubado
Deus de abraao isac e jaco nao nos abandonara
Republicou isso em jesusavedme.
SENHOR, tende misericórdia!
Muito triste…
Caros amigos, criem uma página no Facebook com notícias diárias.
Gosto demais de vcs!!!!