
Israel mantém a maior taxa de natalidade entre os países ocidentais, um fenômeno que contrasta com a tendência de queda demográfica observada em grande parte do Ocidente. Mesmo diante de desafios como conflitos armados, alto custo de vida e instabilidade política, o país continua a registrar um crescimento significativo no número de nascimentos.
De acordo com os dados mais recentes, a taxa de natalidade em Israel é de aproximadamente 3 filhos por mulher, número bem acima do índice de reposição populacional, que é de 2,1. Esse número supera não apenas a média de países ocidentais, mas também a taxa de natalidade da população árabe no país. Além disso, entre 2023 e 2024, houve um aumento de 5% nos nascimentos em Israel, com um crescimento de 10% nos últimos meses de 2024, período marcado por conflitos intensos.
Especialistas apontam que esse comportamento demográfico não se restringe apenas à comunidade ultraortodoxa judaica, tradicionalmente conhecida por ter famílias numerosas. Pelo contrário, a tendência de famílias com três ou mais filhos se espalha por diversos segmentos da sociedade israelense.
Fatores Culturais e Sociais
Analistas sugerem que a elevada taxa de natalidade está relacionada a fatores culturais e sociais profundamente enraizados. Em Israel, a criação dos filhos é vista como uma missão compartilhada por ambos os pais, com forte participação paterna na educação e no cuidado diário das crianças. Além disso, a sociedade israelense, de modo geral, encara a formação familiar como um valor essencial, independentemente de dificuldades econômicas ou conflitos políticos.
Outro fator apontado por estudiosos é a influência do judaísmo e da identidade nacional israelense. A ideia de continuidade e preservação do povo judeu, especialmente em um país cercado por desafios geopolíticos, pode contribuir para essa visão da natalidade como uma prioridade.
Exemplo para o Ocidente
Enquanto muitos países ocidentais enfrentam problemas com o envelhecimento populacional e a redução das taxas de natalidade, Israel segue na contramão. Pesquisadores discutem se o modelo israelense poderia servir de inspiração para outras nações que buscam reverter suas tendências demográficas negativas.
A alta taxa de natalidade do país reflete não apenas um fenômeno demográfico, mas também uma postura de esperança no futuro. Para muitos israelenses, ter filhos significa garantir a continuidade da sociedade e contribuir para a construção de um mundo melhor. A questão que se impõe é se essa mentalidade pode ser replicada em outras partes do mundo ocidental, onde a formação de famílias tem sido cada vez mais adiada ou reduzida.
Com um cenário global de baixa natalidade, Israel se destaca como um caso único no Ocidente. O modelo israelense levanta debates sobre o impacto da cultura, da religião e do contexto nacional na decisão de ter filhos, além de oferecer uma perspectiva diferente sobre o futuro demográfico mundial.
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