
Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv criaram uma nova técnica de edição genética capaz de modificar amplas famílias de genes em plantas cultivadas. O método, testado com sucesso em tomates, pode resultar em frutos mais saborosos, resistentes a pragas e ao clima — tudo isso sem recorrer à técnicas transgênicas.
Liderados pelos professores Eilon Shani e Amichai Berman, e contando com o apoio da empresa NetaGenomiX, os pesquisadores construíram 10 bibliotecas CRISPR contendo cerca de 15 mil unidades específicas para o genoma do tomate.
Bibliotecas CRISPR são coleções organizadas de sequências projetadas para atingir e editar múltiplos genes ou regiões específicas do DNA de forma sistemática. Elas são utilizadas principalmente em pesquisas genéticas para estudar a função de genes em larga escala. CRISPR é a sigla em inglês para Conjuntos de Repetições Palindrômicas Curtas Regularmente Interespaçadas.
Usando este processo, os cientistas “editaram” cerca de 1.300 plantas, observando as mudanças em termos de sabor, formato, resistência e aproveitamento de nutrientes. O resultado é que alguns dos tomates resultantes deste processo apresentaram um aumento na doçura e em outras características que farão do tomate um fruto mais atraente e saboroso.
A técnica usa regeneração a partir de tecidos foliares, em vez de sementes, e poderá ser aplicada futuramente em outras culturas, como o arroz. A empresa israelense NetaGenomiX foi licenciada para comercializar a tecnologia.
“Nosso objetivo é desenvolver variedades mais adaptadas às mudanças climáticas, de modo que venham a beneficiar tanto produtores quanto consumidores”, afirmou o Prof. Shani.
A sede da NetaGenomiX fica em Mikveh Israel, uma área histórica que abriga um antigo instituto agrícola do século XIX, e está situada dentro da cidade costeira de Holon, na região metropolitana de Tel Aviv. Originalmente, Mikveh Israel era uma escola agrícola fundada em 1870. Hoje, funciona como um campus agrícola educacional e abriga também empresas como a NetaGenomiX.
Observação: A imagem que ilustra esta matéria mostra uma produção de tomates em uma das fazendas Hazera. Fundada em 1939 por Tzadok Rosenthal, Aryeh Partzi, Menachem Fruchter e Yehuda Grinker, a Hazera é 9 anos mais velha do que o moderno Estado de Israel, o que mostra que mesmo antes da Segunda Guerra Mundial já havia judeus empreendendo na Terra de Israel.
ANDS | YNETNEWS