MENTE A MÍDIA
“Eu ouço ‘Allahu Akabar! Allahu Akabar!’ Eu sei que é isso porque eu sou muçulmana também.” Declaração de uma testemunha do massacre de Munique.
Trecho de reportagem da CNN desapareceu dos notícias posteriores
É impressionante a forma como a mídia lida com relatos que envolvam Israel e seus adversários. Ao noticiar um atropelamento em massa, seguido da neutralização do agressor, as manchetes podem mudar radicalmente, dependendo dos atores envolvidos na trama. Vejam este exemplo.
MANCHETE – “Palestino é morto após atropelar 11 em ponto de ônibus de Jerusalém.”
A mensagem, truncada, apela para estereótipos e imagens pré-formatadas.
INTERPRETAÇÃO – Um palestino foi morto. No imaginário popular desinformado, israelenses truculentos vivem a matar palestinos indefesos. Embora não diga com todas as letras, a indireta está lá: um palestino, acidentalmente, perdeu o controle do carro, atropelou um grupo de pessoas em um ponto de ônibus e logo a seguir foi assassinado pela polícia.
A manchete esconde a verdade dos fatos. A manchete escamoteia o fato de que o “palestino”, um inexistente grupo étnico, atirou o carro sobre judeus, usuários do transporte público israelense, com o fito único de causar mortes, ou seja, tratou-se claramente de um ataque terrorista.
Agora, vejam agora o tratamento dado pela mesma publicação a um episódio semelhante.
MANCHETE – “Atentado mata ao menos 84 em festa do Dia da Bastilha no sul da França.”
INTERPRETAÇÃO – Um terrorista agiu. A palavra “atentado”, no início do texto, deixa claro que tratou-se de uma agressão terrorista. O restante da manchete é claro: 84 pessoas, inocentes, participavam de uma festa quando um terrorista cometeu um crime.
MENTE E MÍDIA
A forma desigual de lidar com informações que envolvam judeus e seus adversários é algo antigo e nós que vivemos de defender o Estado de Israel e o seu povo já nos acostumamos com isso. A novidade agora é a forma como a mídia vem lidando com os inimigos de Israel.
Percorrendo as manchetes dos jornais, sejam eles escritos, falados ou televisados, fica claro que jornalistas, repórteres e redatores agem com toda cautela do mundo de modo a evitar ferir os sentimentos – e interesses – de grandes grupos raciais, corporativos, religiosos ou econômicos.
Trata-se com extrema cautela e tato todas as informações que envolvam afro-descendentes, homossexuais ou muçulmanos. As manchetes não são claras, temos que interpretá-las. A fidelidade dos relatos segue também a mesma lógica, o que compromete significativamente a verdade dos fatos.
Exemplo. Na tarde de ontem, a rede de TV americana CNN entrevistou uma testemunha do massacre de Munique momentos depois do início do ataque. Ainda trêmula, a testemunha, identificada simplesmente como Lauretta, afirmou que o assassino gritava “Allahu Akabar”, a clássica invocação islâmica, enquanto atirava sobre crianças. O depoimento, ao vivo, no momento em que o ataque acontecia, é dramático.
“Eu ouço – como um alarme, bum, bum, bum … e ele ainda está matando as crianças”, diz Lauretta. “Elas não estão fazendo nada, as crianças estão sentadas, comendo. Elas não podem correr”, continua a testemunha acrescentando a emblemática informação: “Eu ouço ‘Allahu Akabar! Allahu Akabar!’ Eu sei que é isso porque eu sou muçulmana também. Eu ouço isso e apenas choro.”
O depoimento foi transmitido ao vivo, diretamente do local do atentado. Mas, o que aconteceu depois?
Bem, depois a informação praticamente desapareceu dos noticiários. Até mesmo no site da CNN é difícil encontrá-la. Há diversas edições onde aparecem partes do depoimento de Lauretta, mas o trecho onde ela fala dos gritos islâmicos é solenemente desprezado.
Se por um lado há o cuidado de não ferir susceptibilidades religiosas, por outro há a preocupação de não tocar nos interesses financeiros das empresas árabes que investem pesadamente em propaganda.
Ninguém quer desagradar os muçulmanos nem tampouco enfrentá-los. A verdade dos fatos é a grande perdedora.
ANDS| CNN
Republicou isso em jesusavedme.
Ainda se fosse apenas o “pesado financiamento árabe em propaganda”…Que dizer da notícia que nos deu conta da retirada de 67.000M de dólares de investimentos no ocidente para fazer face à recessão económica na Arábia Saudita? Que dizer da participação financeira do Catar na Air Bus, sector estratégico em qualquer país? Que dizer da queda do preço dos combustíveis (ver Resoluções das NU sobre o tráfico de petróleo juhadista?) Ao que tudo indica o problema tem uma dimensão inimaginável. É mais fácil estender a mão aos petrodólares do que procurar soluções económicas internas. Dão-lhe o pomposo nome de “globalização”. Valores? Verdade? O que será isso no dicionário dos políticos ocidentais? Da última reunião do G8 sobre a nova ordem económica mundial, não recordo nada vertido na imprensa. Democracia? Foi nisso que votámos? Não, é claro. O termo apropriado para regime político vigente é “subversão da democracia pela economia”. A partir daqui tudo o resto é mera consequência. E quem não tiver inteligência para se adaptar aos novos tempos vai para a lista do desemprego.