Na semana passada, durante a Operação Amanhecer, que resultou numa das mais bem sucedidas guerras de Israel dos últimos tempos, houve apenas uma baixa entre os israelenses: Um cão. Seu nome era Zili e ele tinha 9 anos.
Além de triste, este episódio trouxe às manchetes um tema que nem sempre é abordado quando se fala das guerras defensivas que Israel trava contra os seus inimigos, que é o trabalho fundamental dos cães policiais israelenses.
O grupo responsável pela condução das atividades de contra-terrorismo chama-se Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo, ou Yamam. E dentro desta unidade especial há uma outra unidade mais especial ainda, a Unidade Canina Israelense. Trata-se de uma excelente equipe de cães policiais, que conta com mais de 200 cães treinados especificamente para atividades de busca e detenção de terroristas.
A maioria destes cães são da raça Pastor Belga Malinois, e são importados da República Tcheca ao custo unitário de 17.000 shkalim, valor que equivale a 26.400 reais.
Os cães são treinados em Israel em um processo que leva de quatro meses a um ano e, como em todo trabalho que envolva este tipo de animal, suas missões são realizadas como uma espécie de jogo, ao final do qual o animal recebe um prêmio, que pode ser desde uma bola de brinquedo até a pequenas porções de alimentos.

Existe na Yamam uma base onde os cães são treinados. Uma das atividades desta base consiste em condicionar os animais de modo que eles adquiram uma espécie de “apatia” em relação a outros animais. Isso é importante, pois uma atividade de campo pode envolver diversos cães, e eles devem estar focado na sua missão e não na interação com outros da sua espécie.
Um dos cães usados desta unidade tem uma história particularmente interessante. Um ex-policial de fronteira encontrou um cão extremamente maltratado, resgatou-o e sugeriu que fosse incorporado à equipe de combate às drogas. Depois de receber amor e atenção, este cão acabou por se tornar um dos melhores rastreadores de drogas de toda a equipe.

Quanto a Zili, o Pastor Belga Malinois abatido pelos terroristas na semana passada, era dono de uma extensa ficha de bons serviços prestados à Unidade Canina Yamam. No seu “tempo de serviço”, Zili participou de centenas de missões, sendo que na mais importante delas, foi ele o responsável pela prisão de um homem palestino, condenado pelo sequestro, estupro e assassinato da adolescente israelense Ori Ansbacher, crime que aconteceu em fevereiro de 2019, nos arredores de Jerusalém.
Por trabalho prestado e pela forma como morreu, Zili foi considerado um herói. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Militar para Cães do Exército de Israel.
ANDS | ARUTZ SHEVA