A MENTIRA QUE CONVÉM
Além de usurpar a Terra que pertence aos judeus, os muçulmanos querem tomar para si todo o simbolismo que a religião e o Templo de Jerusalém têm para o povo de Israel.
As modestas escavações do pequeno Templo de Poggio Colla (acima) são reconhecidas internacionalmente como importantes para o estudo da religião e da cultura do povo etrusco; já as imponentes marcas do Templo de Jerusalém (abaixo) são sistematicamente desprezadas como prova da presença judaica na Terra Santa.
O PROJETO ARQUEOLÓGICO DO VALE DO MUGELLO
Vicchio, uma pequena cidade italiana da Toscana, abriga um modesto sítio arqueológico onde estão localizadas as ruínas de um templo etrusco chamado Poggio Colla. No ano passado, os arqueólogos descobriram uma estela de 1,2 metros que estava na base de uma das paredes do templo. O mundo da arqueologia vibrou com a descoberta.
Estela é um termo de origem grega cujo significado é “pedra erguida” ou “alçada”. Na arqueologia, é o termo utilizado para designar objetos monolíticos nos quais tenham sido efetuados esculturas ou inscrições. As estelas até agora encontradas trazem informações fúnebres, mágico-religiosas, demarcações territoriais ou meras descrições políticas.
A estela encontrada em Poggio Colla contém palavras soltas em etrusco, uma língua morta, e sua total decifração ainda é um enigma para os estudiosos. Mesmo assim a ela tem sido dado imenso valor.
A estela de Poggio Colla, uma laje de pedra de 2.500 anos de idade, está bem preservada pois foi utilizada como base no alicerce do templo que lá existia. A posição em que se encontrava e as fricções que sofreu ao longo dos séculos, resultaram em lascas e arranhões na peça arqueológica, mesmo assim, os estudiosos estão a limpá-la e preservá-la para que possam, quem sabe, um dia decifrarem o seu conteúdo. Atualmente, suspeita-se tratar de um texto religioso que poderá lançar luzes sobre detalhes da religião etrusca.
As escavações foram realizadas dentro de um projeto chamado Mugello Valley, sob supervisão do arqueólogo Gregory Warden, professor emérito da Universidade Metodista do Sul dos Estados Unidos, situada em Dallas.
Em duas décadas de escavações, o Projeto Arqueológico do Vale do Mugello desenterrou diversos objetos relacionados à cultura etrusca, tais como joias, moedas e objetos de cerâmica, mas o objeto mais fascinante até agora encontrado foi a tal estela.
Pesando cerca de 227 kg, nela pode-se ver pelo menos 70 letras legíveis e alguns sinais de pontuação. O professor Warden acredita que a pedra foi usada como base para a parede do templo há mais de 2.500 anos.
Uma pequena pedra, de um pequeno santuário, de uma religião desaparecida, com registros escritos em uma língua morta, por um povo que não existe há mais de dois mil anos, consegue fascinar os estudiosos. Ninguém põe em causa a historicidade do templo a que ela pertenceu nem a ligação deste templo com o povo que um dia nele cultuou.
Já o Templo de Salomão, cuja história é fartamente registrada, numa língua que até hoje é falada, com milhares de provas arqueológicas inquestionáveis, é constantemente desprezado como sítio de importância arqueológica para um um povo que ainda existe e que reside exatamente ao seu lado.
Na verdade, o que incomoda aos inimigos de Israel é que não há no mundo nenhum outro povo com tantas fontes históricas registradas, com tantas tradições orais repassadas, com tantas provas arqueológicas e científicas disponíveis, como o povo judeu. E como para este povo o centro da sua fé, da sua identidade como nação, é justamente o Monte do Templo, tudo eles farão para anular a história ou para impedir que historiadores e arqueólogos se debrucem sobre este riquíssimo sítio arqueológico.
Uma das perguntas mais intrigantes da história do povo hebreu – e não só deste povo, mas também de todos aqueles que seguem duas das principais religiões do mundo, o Cristianismo e o Judaísmo – é onde estaria localizado aquele que era conhecido como o Santo dos Santos.
O Santo dos Santos, também denominado de Santíssimo Lugar, era uma sala localizada dentro do Tabernáculo móvel dos judeus na longa travessia do deserto e que depois foi implantado no coração do Templo de Salomão. Medindo 10 X 10 cúbitos, algo como 5 X 5 metros, era o local onde ficava guardada a Arca da Aliança e onde se realizava anualmente uma cerimônia de sacrifício expiatório de um cordeiro sem manchas, sacrifício este que estava voltado para a expiação dos pecados do povo de Israel. Era o único momento e o único lugar onde o sumo sacerdote judaico podia falar diretamente com Deus. Não é à toa, portanto, que este lugar tem um papel fulcral como centro do culto judaico.
Como o Santo dos Santos ficava no Templo de Salomão, como as ruínas do Templo ainda lá estão, no coração da moderna Jerusalém, não há nenhuma dúvida de que em algum lugar daquele monte encontra-se ainda hoje o local mais sagrado para as religiões judaico-cristãs. Só que os muçulmanos, responsáveis pela guarda do local, nunca permitiram que nenhum arqueólogo, judeu ou cristão, estudasse o local. Na verdade, eles sequer permitem que “infiéis” se aproximem do local.
O historiador inglês Simon Sebag Montefiore, na sua magnifica obra “Jerusalém A Biografia”, diz que questionar onde fica o Santo dos Santos é uma pergunta politicamente explosiva.
“Uma parte significativa dos estudiosos”, diz Montefiore, “considera que ele ficava no alto da rocha que se encontra no interior da Cúpula da Rocha”. O historiador diz ainda que “a Mishnah – uma compilação de tradições orais judaicas do Século II d.C. – dá-lhe o nome de ‘Túmulo do Abismo’ e os muçulmanos a chamam de ‘Poço das Almas’”.
Sebag Montefiore conclui sua nota sobre o tema dizendo que “é provável que, em 691 d.C., o califa Abd al-Malik ibn Marwan tenha decidido erigir a cúpula dourada neste local, em parte, para criar um sucessor islâmico do Templo.”
Para os judeus, a rocha que se encontra no Monte do Templo é a pedra angular do próprio Templo. O que se vê nos dias de hoje é que os muçulmanos não querem usurpar apenas a Terra que pertence aos judeus, mas sim todo o simbolismo que a religião e o Templo de Jerusalém têm para o povo de Israel.
ANDS
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