Acompanhando uma viagem
Nas próximas semana, Notícias de Sião (ANDS) estará acompanhando, em Israel, um grupo de alunos do Curso de Arqueologia e História Bíblica, uma realização conjunta do Instituto Moriah e da Universidade Hebraica de Jerusalém. Como ponto de partida da nossa cobertura, vamos destacar detalhes de uma escavação que está em pleno desenvolvimento no sítio arqueológico de Tel Gezer.
Antes de falar sobre o que os arqueólogos têm encontrado em Tel Gezer nos dias de hoje, é bom conhecermos um pouco do que se passou lá. Segundo Miguel Nicolaevsky, pesquisador bíblico e diretor do portal CAFETORAH, “um passeio por Tel Gezer é algo envolvente, pois o visitante pode contemplar a topografia e ter a sensação de estar nela há 2000 ou 3000 anos atrás”, pois, segundo o estudioso, “a região não mudou muito desde então”.
A importância arqueológica de Tel Gezer ficou patente quando os arqueólogos descobriram o Calendário de Gezer, uma placa onde estão descritos os períodos agrícolas do judaico. Depois, outras achados foram-se juntando a este e a importância do sítio foi subindo.
Outro detalehe que marca a importância histórica de Tel Gezer é o fato de lá ter sido encontrada uma porta construída nos tempos do Rei Salomão. Os arqueólogos não têm dúvidas quanto a autenticidade desta descoberta, pois a estrutura da porta segue os mesmos padrões utilizados por Salomão em construções semelhantes nas cidades de Megido e de Hatzor, na Galileia.
As ruínas de Tel Gezer apontam que ali, um dia, existiram fortificações cananitas, restando ainda vestígios das cavalarias, do mercado, das câmaras de armazenamento dos cereais, do portal da cidade e o sistema hídrico que a abastecia. Este sistema hídrico (imagem ao lado) está completo e operacional, ou seja, ainda é possível recolher e utilizar a água da mesma forma que os cananeus faziam há mais de 3000 anos e posteriormente os hebreus também o fizeram.
O sistema hídrico de Tel Gezer foi descoberto por volta do ano 1900 do século passado pelo arqueólogo irlandês Robert Alexander Stewart Macalister. O túnel estava então parcialmente aterrado e Macalister desistiu de desobstruí-lo, pois não tinha recursos para o empreendimento. O que só seria realizado mais de um século depois, justificando as dificuldades encontradas por Macalister.
Em 2010, finalmente, uma equipe de arqueólogos e voluntários retirou do local cerca de 39m³ de detritos, sendo que 50% era rocha e 50% outros entulhos. Um ano depois, novo esforço concentrado, sendo que desta vez foram retirados finalmente tudo, que contabilizou a estonteante quantia de 132m³ de detritos, totalizando mais de 231 toneladas de lixo.
UMA DESCOBERTA MAIS EMOCIONANTE
Fragmento encontrado entre as paredes cananita e hebraica
A importância de Tel Gezer para a História é inquestionável. Sabe-se hoje que Gezer foi citada em correspondências egípcias ainda do período cananeu, quando a cidade estava associada ao Império Egípcio antigo. Mas, mais recentemente, sendo mais objetivo, neste primeiros meses de 2017, as escavações trouxeram à tona uma importante comprovação da veracidade dos relatos bíblico.
O Primeiro Livro de Reis, do Tanach judaico, registra: “Porque Faraó, rei do Egito, subiu e tomou a Gezer, e a queimou a fogo, e matou os cananeus que moravam na cidade, e a deu em dote à sua filha, mulher de Salomão.” (1 Reis 9:16).
Pois bem, ANDS esteve neste quinta, 22, em Tel Gezer, acompanhado do pesquisador Miguel Nicolaevsky, e tivemos a oportunidade de estudar de perto as provas arqueológicas deste acontecimento.
Estudando o que resta de Gezer é possível observar os vários níveis da edificação da cidade. Numa das paredes vê-se claramente que a base é do período cananita (mais de 3 mil anos) e a parte superior do período judaico, quando a cidade, depois de destruída pelo faraó do Egito, foi reedificada por Salomão, rei de Israel.
Miguel Nicolaevsky explora a camada intermediária das paredes de Tel Gezer
Acima da base cananita há uma espessa camada de detritos separando-a da parte superior da construção. Se fizermos uma comparação com um bolo, a parte inferior seria o lado de baixo do bolo, a parte superior, o lado de cima, e esta camada de detritos seria o recheio do bolo.
A parte de baixo foi construída pelos cananitas, depois os egícios destruíram a cidade, o resultado da destruição foi compactado e sobre a mesma base a cidade foi reerguida. Ou seja, quando investigamos o “recheio” desta parede, nós encontramos nele fragmentos de artefatos e materiais da época da destruição.
Neste momento, Nicolaevsky destacou a presença de pedaços de cerâmica, muita cinza e carvão, inclusive um pedaço significativo com cerca de 15cm³, Trata-se de uma prova inconteste de que aquela cidade foi um dia destruída pelo fogo. Exatamente como relata o livro de 1 Reis.
Esta é uma prova de que quando fazemos arqueologia em Israel nós não comprovamos apenas a História, nós descobrimos a Bíblia.
Fragmento de carvão encontrado em Tel Gezer atesta a veracidade de mais um relato bíblico
ANDS
Que incriveis notícias! Que surpreendentes maravilhas bíblicas que deixam suas marcas!! Amo!!