BRASIL CONTRA ISRAEL

DIPLOMACIA BRASILEIRA AFUNDA RELAÇÕES COM O GOVERNO DE ISRAEL

“E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:2,3).

Diplomatas e políticos israelenses reagiram com irritação às indicações de que o governo brasileiro não tem intenção de aceitar a nomeação do embaixador designado por Israel.

O indicado, o argentino naturalizado israelense Dani Dayan (foto acima), é ex-líder do Conselho Yesha, que representa 500 mil judeus residentes na Judeia e na Samaria.

Numa entrevista ao Arutz Shtaim, de Neve Ilan, um diplomata israelense acusou o Brasil de boicotar Israel, afirmando que se trata de atitude “horrenda”.

Um dos principais envolvidos na nomeação disse que Israel não vai abrir mão da indicação, mesmo que o posto fique vago por muito tempo. “Israel vai insistir. Se o impasse continuar, não haverá embaixador em Brasília”, disse.

A nomeação foi em Agosto, e a Chancelaria israelense iria esperar só até o fim deste mês para pedir esclarecimento formal de Brasília.

Dayan foi indicado pessoalmente pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu (que acumula o Ministério do Exterior). Mas, até agora, não recebeu o agrément (aceitação oficial) do Itamaraty.

O embaixador anterior, o druso-israelense Reda Mansour, voltou a Israel no dia 17 de Dezembro passado. Ficou no Brasil um ano e três meses, abrindo mão do cargo a pedido de sua mulher, que não se acostumou com Brasília.

A FUGA DA DILMA

Para a mídia israelense, o impasse está levando Israel e Brasil a uma crise diplomática sem precedentes.

Netanyahu confidenciou a um grupo de parlamentares brasileiros em visita a Israel que a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, “fugiu” dele durante a conferência da ONU sobre o clima (COP21), em Paris, para não falar no assunto.

Segundo alguns dos parlamentares presentes ao encontro, Netanyahu disse ter conversado com líderes árabes e com os presidentes François Hollande (França), Barack Obama (EUA) e Vladimir Putin (Rússia), mas não com Dilma.

PERIGO PARA O BRASIL

As Forças Armadas Brasileiras criticaram a decisão do Itamaraty. Um membro do alto escalão das Forças Armadas brasileiras disse que o impasse poderia atrapalhar a transferência de tecnologia entre os dois países.

“É falta de visão geopolítica e de objetividade de ações. Para as Forças Armadas, ficou uma situação muito sensível, pois nossa parceria com empresas israelenses de alta tecnologia é muito grande”, disse o militar numa entrevista para o jornal paulista Folha de S. Paulo.

Em 2014, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Israel exportou para o Brasil US$ 10,527 milhões em peças para aviões e helicópteros e US$ 1,83 milhão em instrumentos para navegação aérea e espacial.

As Forças Armadas compraram em 2014 um drone (veículo aéreo não tripulado) israelense por US$ 8 milhões.

Para piorar a situação – do Brasil, evidentemente – o sistema de segurança das Olimpíadas do Rio de Janeiro no próximo ano está a cargo da empresa de segurança israelense International Security and Defence Systems, ISDS, responsável pelo fornecimento de softwares de monitoramento e tecnologia nas áreas de integração de dados e comunicação.

Imaginem o que pode vir a acontecer com as Olimpíadas de 2016, quando milhares de atletas e visitantes estarão espalhados pelo Rio de Janeiro e adjacências, se a ISDS acabar esbarrando em entraves burocráticos que emperrem suas ações. O Caos!

ANDS | ARUTZ SHTAIM | FOLHA