Há um drone israelense a patrulhar a Europa e os operadores são portugueses. A informação foi avançada pelo Diário de Notícias, de Lisboa que dá conta que oito pilotos portugueses controlam um veículo espacial não tripulado chamado Hermes 900 Kochav, de fabricação israelense.
O controle da aeronave é feito à partir do Centro de Controlo Terrestre de Tympaki, na ilha de Creta. A vigilância tem por objetivo monitorar as regiões mais sensíveis do mar Mediterrâneo, que é uma das principais rotas de refugiados em direção à Europa.
Os pilotos portugueses trabalham para a Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA), numa missão de responsabilidade da Frontex, a Agência Europeia de Guarda de Fronteiras. Os profissionais foram treinados por pilotos israelenses da Elbit, um gigante israelense da indústria de defesa.
Como se fosse um jogo de PlayStation, é com um joystick e teclados que os portugueses fazem o Hermes 900 Kochav levantar voo, aterrissar e sobrevoar o mar grego, enquanto observam telas com imagens de satélite. É a primeira vez que este mega-drone é pilotado por portugueses, recrutados por um consórcio nacional de aeronáutica, o CEIIA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento). Fazem parte de um projeto da EMSA, que disponibiliza drones aos estados membros da União Europeia com a finalidade de realizar operações de vigilância marítima – controle de pesca, controle da poluição do mar, do tráfico de droga e imigração ilegal. O drone é utilizado também em operações de busca e salvamento.
No início da esta missão, os portugueses foram acompanhados por pilotos israelenses, mas trabalham agora de forma autônoma na Grécia. “É uma experiência única na vida e um grande privilégio fazer parte desta equipe excepcional. É um projeto de grande potencial, com resultados surpreendentes”, disse um dos pilotos, o português “João”, de 25 anos. João, e os demais pilotos entrevistados pelo Diário de Notícia, são nomes fictícios, uma vez que os operadores desenvolvem uma missão estratégica que exige anonimato.
João, que não é verdadeiramente um piloto, interrompeu o curso de Engenharia Mecânica para viajar para Israel, onde aprendeu a manusear o drone. João trabalha com Rafael, 37 anos, de Lagos, que já tinha experiência de pilotagem de helicópteros e assinala que estar ao comando deste drone “é igualmente gratificante”, tratando-se de uma missão que, “não tendo, naturalmente, o risco pessoal associado”, necessita de todo “o rigor e exigência que são uma constante no mundo da aeronáutica”.
Além dos oito pilotos, cujos perfis a CEIIA procurou que fossem “variados, com mais e menos experiência, mais novos e mais velhos”, foram também recrutados em Portugal seis mecânicos – ou seja, no total, a operação do israelense Hermes 900 Kochav envolve 14 portugueses.

Além de Israel e da Europa, há Hermes 900 Kochav a sobrevoar 8 outros países: Azerbaijão, Chile, Colômbia, Filipinas, Islândia, México, Suíça e Brasil. No Brasil, os drones israelenses desenvolvem ações de patrulhamento das fronteiras.
ANDS | DN